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Tropas do Congo e da Ruanda posicionam-se na fronteira depois do confronto

A República Democrática do Congo e Ruanda enviaram tropas extras para sua fronteira comum, esta quinta-feira (12), depois de um breve tiroteio pelo segundo dia, encerrando meses de relativa calma na violenta região.

As autoridades congolesas e ruandesas acusam-se mutuamente por incursões para além das fronteiras na quarta-feira que levaram à troca de fogo pesado entre as duas forças.

Tiroteios foram relatados, esta quinta-feira pela manhã, mas tinham parado às 8h. As tropas congolesas apoiadas pela ONU reprimiram uma revolta no ano passado, no leste do Congo, uma área rica em minerais atormentada por anos de guerra, na fronteira com o Ruanda.

Um repórter da Reuters perto da cidade de Kibumba no leste do Congo viu soldados com armas pesadas a posicionarem-se em ambos os lados da fronteira, durante toda a manhã. “Houve alguns disparos, mas muito poucos. Eles já terminaram”, disse o governador de Kivu, no norte do Congo, Julien Paluku.

“Os tiros vinham das tropas ruandesas, as nossas forças não responderam. Elas têm instruções claras para não disparar a menos que a situação se torne muito séria. Nós não estamos em guerra com a Ruanda”, disse ele à Reuters por telefone.

As autoridades ruandesas não puderam ser imediatamente contactadas para comentar sobre os confrontos que eclodiram perto de Kibumba. “Faço um apelo à calma de ambos os lados e peço que tomem medidas imediatas para restabelecer a segurança na área da fronteira”, disse Martin Kobler, chefe da missão da ONU no Congo, num comunicado. O porta-voz do Ministério do Exterior da França, Romain Nadal, disse que estava “preocupado” com a violência e pediu a suspensão imediata dos tiroteios.

Investigação

O governo congolês culpou as forças ruandesas por provocar os confrontos da quarta-feira com a apreensão e depois morte de um soldado congolês. Ruanda disse que o seu exército matou cinco soldados congoleses depois de eles terem cruzado a fronteira e atacado unidades da Ruanda, embora o Congo insista que perdeu apenas um soldado.

As tropas ruandesas apoiaram rebeldes congoleses durante duas guerras no Congo desde 1996, antes de se retirarem oficialmente em 2003. Desde então, os especialistas de Kinshasa e da ONU acusam repetidamente Ruanda de apoiar os rebeldes congoleses.

Ruanda nega as acusações e diz que o Congo está abriga elementos da milícia hutu FDLR que participaram do genocídio de 1994, quando pelo menos 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos.

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