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Troca de subsídio monetário por alimentos gera polémica em Malawi

Funcionários seropositivos no Malawi estão de costas voltadas com o Governo, que anunciou que vai parar de subsidiar em dinheiro a melhoria da dieta, e que em vez disso vai dar o subsídio em alimentos.

O Governo disse em Junho que o esquema vai ser interrompido e substituído por “kits” de alimentos. De acordo com Mary Shawa, secretária principal no gabinete do Presidente e no conselho responsável pelos programas de nutrição e HIV/Sida, o programa de subsídios em dinheiro “está a ser muito abusado, com centenas de trabalhadores a dizerem que têm o vírus do HIV só para poderem receber o subsídio”.

Shawa, disse que a maioria dos funcionários não estão a usar o dinheiro para os fins a que se destina, que é comprar alimentos e melhorar a nutrição, “alguns usam o dinheiro para comprar cerveja e sair com prostitutas, e assim propagando as infecções ainda mais”.

O subsídio em dinheiro era parte do programa da função pública no local de trabalho, que visa melhorar a dieta entre os funcionários vivendo com o HIV, a maioria dos quais recebe em salário menos do que cem dólares mensais.

Aston Chirwa, um assistente de gabinete num dos departamentos do Governo em Blantyre, a capital comercial do Malawi, disse à IRIN que os 35 dólares de subsídio mensal tinham constituído uma forma de melhorar a sua vida e a da família, uma vez que o seu magro salário não era suficiente para pagar as propinas da sua filha, na escola secundária.

“O subsídio estava realmente a fazer uma grande diferença para a minha sobrevivência”. Chirwa é um dos cerca de 40 mil funcionários com HIV, entre os cerca de 170 mil, que têm estado a receber o subsídio desde 2007.

“O dinheiro não era apenas para alimentação, mas também eu o usava para transporte para o hospital distrital de Chiradzulu, onde recebo os ARVs”, acrescentou. Os activistas da Sida têm questionado a decisão do Governo de introduzir a cesta alimentar, que é equivalente ao anterior subsídio em dinheiro.

“É complicado porque não é automático que toda a gente vai gostar dos alimentos que vão receber. Nós somos também seres humanos e temos diferentes gostos”, disse Chirwa.

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