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Tripulantes resgatados das mãos de piratas injustiçados

Doze tripulantes moçambicanos do “Vega 5”, um navio operado pela Pescamar e que durante quase três meses estiveram como reféns de piratas somalis, consideram-se “injustiçados” pela empresa, que celebra contratos precários e não paga indemnizações.

Segundo o porta-voz do grupo, José João Mandava, citado na página electrónica da Rádio Moçambique, estação pública, a Pescamar contratou os tripulantes por um período de três meses, ou seja até ao fim da faina em Outubro, abrindo espaço para o seu posterior despedimento, já que a renovação do contrato depende da empresa.

“A empresa havia garantido a efectivação, mas numa reunião realizada esta semana com a direcção da Pescamar fomos informados que seríamos remetidos à gerência (da empresa espanhola Pescanova, accionista da Pescamar), o que nos coloca numa situação de aflição”, disse José Mandava.

Segundo o interlocutor, dos 12 moçambicanos sobreviventes, apenas um tem contrato efectivo, estando os restantes como eventuais.

Outra questão que preocupa os tripulantes é a segurança marítima, razão pela qual chegaram a ameaçar não regressar ao mar, exigindo como condições uma embarcação de guerra e um helicóptero por questões de segurança, “mas a clivagem ficou ultrapassada com a contratação de uma empresa de segurança espanhola”, revelou Mandava.

Os mesmos dizem que ainda não foram indemnizados pelo sequestro que sofreram enquanto se encontravam em serviço, apesar da Pescamar considerar o sequestro como acidente de trabalho.

“A empresa está a considerar o sequestro como acidente de trabalho, mas isto vai além, pois ainda temos traumas psicológicos do que passámos no mar. Já vão mais de 100 dias depois do resgate e nada sabemos sobre a indemnização”, disse Mandava.

Tentativas de contactar o directorgeral da Pescamar, Felisberto Manuel, para ouvir a sua versão foram em vão. Os 12 tripulantes moçambicanos, sobreviventes do “Vega 5”, regressaram em Março à cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, depois de vários dias a serem ouvidos pela justiça indiana, para testemunharem contra os piratas somalis.

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