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Tripulação da embarcação que naufragou na Ilha de Moçambique não respeitou regras básicas de navegação

Os resultados preliminares da comissão de inquérito constituída pelo governo provincial de Nampula para investigar as possíveis razões do naufrágio ocorrido, no último domingo, na Ilha de Moçambique, com um saldo de oito pessoas mortas e uma desaparecida até agora, entre os 21 passageiros incluindo os tripulantes, apontam para graves violações das recomendações concernentes à navegação marítima, entre as quais a superlotação do barco e a inexistência de equipamentos de salvação.

A reportagem do jornal Wamphula Fax apurou que a embarcação sinistrada, pertença do projecto de biodiversidade marinha costeira e que está à guarda da Administração Marítima da Ilha de Moçambique, tem a capacidade máxima de transporte de dez passageiros quando as marés apresentam boas condições de navegabilidade e quatro com pequenas tempestades. No entanto, na altura do naufrágio transportava 21 pessoas.

Por outro lado, a embarcação estava equipada com um motor de emergência de 30 cavalos de potência contra o recomendado pelo fabricante, que é de 85 cavalos correspondente, à sua envergadura.

Os preceitos para o uso obrigatório de coletes de salvação por parte dos passageiros da embarcação não foram respeitados não obstante existirem na administração marítima.

A embarcação naufragou com 21 ocupantes quando fazia a segunda viagem de recolha dos excursionistas à Ilha de Goa, que dista cerca de três milhas da Ilha de Moçambique correspondente a cinco quilómetros.

A administração marítima da Ilha possui Seis coletes de salvação para uso dos passageiros que utilizam a embarcação sob sua guarda.

No entanto, dentre os 21 passageiros do barco que se afundou devido às ondas gigantescas originadas pelo mau tempo que se desencadeou na ilha de Goa, apenas um, por sinal o décimo segundo sobrevivente, é que estava precavido com colete que trazia consigo da sua casa.

Carlos Vieira, quadro sénior da Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações e que chefia a comissão de inquérito para averiguar as causas que estiveram por detrás do naufrágio, confirmou ter havido muita negligência por parte de quem tem a missão de garantir que a circulação de embarcações aconteça com segurança na respectiva área de jurisdição.

Confirmou que o livrete do barco, já em poder da sua comissão, aponta que a lotação máxima é de dez passageiros.

Acrescentou que o administrador marítimo da Ilha de Moçambique continua em funções, mas os resultados definitivos do inquérito, que serão entregues ao governador Felismino Tocoli para divulgação, poderão ditar a sua suspensão e posterior responsabilização face aos graves atropelos às normas de navegação cometidos pela tripulação pertencente ao seu sector.

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