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Trinta mil pessoas aprendem a ler e escrever

Cerca de trinta mil habitantes do município da cidade da ilha de Moçambique vão aprender a ler e escrever nos próximos três anos. Para o efeito, o governo e a Agência das Nações Unidas para Ciência, Cultura e Educação (UNESCO) lançaram, há dias, a estratégia visando a redução dos índices de analfabetismo naquele ponto, cuja implementação vai absorver um montante estimado em 14 milhões de meticais.

A Ilha de Moçambique tem uma população estimada em 49 mil habitantes, dos quais cerca de 64 por cento não sabe ler nem escrever, facto que dificulta os esforços tendentes a redução dos índices de pobreza naquela cidade que foi a primeira capital do país.

O acto de lançamento da iniciativa, apelidada de PIMOLA (Programa Ilha de Moçambique Livre do Analfabetismo) teve lugar esta quarta-feira naquela cidade que ostenta o estatuto de património mundial da humanidade, e, na circunstância, foi vincado que o sucesso da sua implementação está condicionado ao envolvimento e empenho das lideranças das autoridades comunitárias, organizações de massa ao nível da base e dos governos municipal e do distrito.

A Ilha é dominada pela religião muçulmana e a aderência à formação no contexto do islão é considerável. Ao nível cultural existe uma organização sólida e ambos factores devem ser usados como vantagens para influenciar as comunidades no sentido de aderirem aos programas de alfabetização para que, em três anos, possamos efectivamente atingir os objectivos de ensinar a ler e escrever um universo de trinta mil pessoas naquela cidade – disse Carlos Ramos, director do Instituto de Formação de Educadores de Adultos.

Três instituições de ensino superior que funcionam na província de Nampula, nomeadamente as universidades Pedagógica, Católica de Moçambique e Lúrio vão monitorar as diferentes fases de implementação do projecto de erradicação do analfabetismo na Ilha de Moçambique, que se enquadra no plano de gestão e conservação do património cultural da Ilha de Moçambique.

Carlos Ramos garantiu que o PIMOLA vai formar 300 alfabetizadores e educadores de adultos no presente ano, que se vão juntar aos 100 que já trabalham na implementação daquela iniciativa que contará com material pedagógico para leccionação bem como verbas para o pagamento atempado de subsídios a que tem direito.

Para reduzir as dificuldades que alguns alfabetizadores têm enfrentado, sobretudo aqueles que frequentam o ensino secundário geral do segundo grau até ao superior, vão beneficiar de isenção no pagamento de propinas como estímulo pelo trabalho que vão desenvolver para o sucesso da iniciativa que visa, por outro lado, elevar a participação comunitária na governação e erradicação da pobreza absoluta no seio da população da ilha de Moçambique, segundo Carlos Ramos.

Tal como acontece em muitas regiões do país, a participação dos homens na alfabetização de adultos é fraca. No caso vertente da Ilha, foi esboçada uma orientação para inverter aquela tendência que consiste na expansão da alfabetização para o curso nocturno que vai beneficiar, sobretudo os pescadores, carpinteiros, salineiros que desenvolvem as suas actividades durante o período diurno.

Caso tenha sucesso, a estratégia do PIMOLA será implementada nos distritos de Nhamatanda, província de Sofala, Xai- Xai em Gaza, e no distrito urbano de Ka Mavota na cidade de Maputo.

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