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Trinta e oito operários expulsos da empresa MMD Construções

Pelo menos 38  trabalhadores da empresa MMD Construções, Lda foram expulsos pelo patronato, alegadamente por terem desfilado a 1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, empunhando dísticos com dizeres que não agradaram aos donos da firma. Um dos dísticos exibidos pelos empregados dizia “Senhora Ministra, durante 4 anos de prisão, nós trabalhadores da ex-PROMO, queremos soltura da nossa indemnização aos filhos de Ibraim Ibraim”.

Segundo contam os operários, citados pelo jornal Diário de Moçambique, os quais pertenciam à empresa PROMO Lda, que foi vendida há sensivelmente três anos e que passou a chamar-se MMD Construções, Lda,  os actuais empregadores queriam que o grupo desfilasse com dísticos e dizeres por eles produzidos.

Vasco Albertino, um dos trabalhadores expulsos, disse que o grupo recusou a proposta dos patrões e elaborou os seus dísticos, com mensagens da sua autoria, facto que aborreceu os donos da firma, ao ponto de instaurarem processos contra 42 funcionários e que culminou com a expulsão de 38 deles.

Segundo Vasco, a mensagem contida nos seus dísticos tinha por objectivo exigir a indemnização acordada quando da venda da empresa aos novos gestores, em 2009.

“Quando assumiram a empresa, prometeram-nos indemnização dentro de um ano, facto que até aqui não aconteceu. Quando ouviram de que íamos desfilar no dia 1 de Maio nos proibiram ou tínhamos que marchar com cartazes por eles elaborados”, disse. Augusto Sitoe, trabalhador também expulso, disse igualmente que eles fizeram aquilo porque a lei lhes dá o direito de se manifestarem.

Aliás, segundo ele, aquela foi uma oportunidade para mostrarem a quem de direito que as coisas não vão bem dentro da MMD Construções, Lda, onde ocorrem sistematicamente violação dos direitos dos trabalhadores.

Sitoe conta que com os anteriores patrões, pagava-se 30 meticais por cada hora extra, mas que os actuais reduziram para dez meticais. A lei laboral defende a salvaguarda dos direitos adquiridos. “Na empresa há muita coisa que não está bem. Há muitos atropelos e maus tratos. Não temos assistência médica, enquanto a natureza de trabalho que fazemos exige isso. Quando um trabalhador adoece é abandonado”, explicou.

Aliás, Zacarias Samo diz que durante o desfile do 1 de Maio estavam mais de cem trabalhadores, alguns dos quais ingressaram quando da venda da empresa e outros que vinham da PROMO Lda. Mas,  para o espanto deles, dos expulsos figuram apenas os que transitaram da anterior empresa, o que demonstra que o actual patronato quer se livrar das indemnizações.

Ademais, Samo referiu que agora que foi expulso deveria receber o dinheiro de férias, pois ainda não havia gozado. Todavia, para a tristeza deles apenas foi-lhes dado o valor correspondente a 15 dias, enquanto deveria ser de um mês.

Segundo o grupo dos trabalhadores, estes são alguns dos atropelos que os actuais donos da empresa cometem. O “DM” soube ainda que todos foram expulsos sem o direito à indemnização, prometida quando da venda da empresa em 2009.

Tentamos falar com os proprietários da empresa para o esclarecimento dos assuntos, mas um dos donos, Abdul Ibraim Ibraim, disse-nos que não tinha nada a falar e que caso se justifique, oportunamente irá indicar alguém para se pronunciar. “Não tenho nada a dizer.

O caso já está no Ministério do Trabalho e saberá encaminhar”, disse Abdul.

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