Um tribunal egípcio condenou 119 simpatizantes da Irmandade Muçulmana do ex-presidente Mohamed Mursi a três anos de prisão, esta quarta-feira (16), em conexão com os protestos em Outubro do ano passado contra a derrubada de Mursi, disseram as fontes da Justiça.
Mais de 50 pessoas foram mortas nos protestos 6 de Outubro convocados por apoiantes de Mursi, um dos dias mais sangrentos desde a sua derrubada pelos militares no dia 3 de Julho.
O juiz Hazem Hashad absolveu seis pessoas no caso. Eles enfrentaram acusações que incluem reunião ilegal de pessoas e banditismo. As autoridades apoiadas pelo Exército baniram a Irmandade Muçulmana e tornaram o grupo clandestino, numa investida que resultou em centenas de partidários mortos e na prisão de milhares após Mursi, o primeiro presidente livremente eleito, ter sido derrubado pelos militares após protestos em massa contra seu governo.
Abdel Fattah al-Sisi, o general que derrubou Mursi, declarou no mês passado que vai disputar as eleições presidenciais, em que a sua vitória é esperada. Noutro caso, no mês passado, um tribunal no sul do Egito condenou 529 simpatizantes de Mursi à morte numa decisão que atraiu críticas de grupos de direitos humanos e governos ocidentais.
A Irmandade Muçulmana foi partido político mais organizado do Egito até o ano passado, mas o governo o acusou de optar pela violência desde que Mursi foi derrubado. A Irmandade diz que o grupo continua empenhado em resistir pacificamente ao que considera um golpe militar.
Muitos dos líderes da Irmandade, incluindo Mursi, estão em julgamento. Mursi é acusado de crimes que incluem conspirar com grupos militantes estrangeiros contra o Egito, o que pode levar à pena de morte.
Num caso separado, um juiz condenou um proeminente pregador islâmico e político a sete anos de prisão sob a acusação de falsificação de documentos de cidadania de sua mãe para que ele pudesse disputar a eleição presidencial de 2012 vencida por Mursi.
Hazem Salah Abu Ismail, um radical salafista, foi preso depois da queda de Mursi. Ele foi desclassificado das eleições quando se descobriu que a sua mãe tinha dupla nacionalidade (com cidadania norte-americana).