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Três crianças morreram carbonizadas na Beira

Três crianças morreram carbonizadas na Beira

Três crianças morreram carbonizadas ontem em consequência de incêndio que deflagrou na casa onde se encontravam a brincar no bairro da Manga Mascarenha, arredores da cidade da Beira. Duas das vítimas são irmãs e a terceira é amiga.

Todas se encontravam no interior da casa, de construção precária, que pegou fogo devido a fagulhas, uma situação que pôs em pânico as menores que, apesar de gritos, não tiveram socorro imediato. O incêndio ocorreu na ausência dos progenitores, sendo que os vizinhos ao se aperceberem das chamas ligaram para solicitar a intervenção dos Bombeiros, mas já era tarde demais para salvar vidas.

O acontecimento foi deveras chocante não só aos familiares das vitimas como também aos demais vizinhos que o testemunharam. Os presidentes da Assembleia Provincial de Sofala e do Conselho Municipal da Beira, nomeadamente Manuel Rodrigo Ramessane (Nelinho) e Daviz Simango, que foram ao local prestar solidariedade, qualificaram o incidente um acontecimento trágico para a cidade da Beira.

A tragédia deu-se por volta das 10 horas locais, mas os corpos só viriam a ser removidos por volta das 14 horas, devido a chegada tardia dos agentes da polícia especializados para esse tipo de casos. O corpo de salvação pública, vulgo bombeiros, ainda se fez cedo ao local mas não foi capaz de evitar uma vez as crianças já haviam perdido a vida e a vizinhança já havia debelado o fogo. Contudo, não tem registo de culpa se se atender a rapidez com que se fez presente ao local depois da solicitação.

As três crianças, duas são da mesma casa e a outra de uma casa vizinha. No total eram quatro crianças que se encontravam a brincar no interior do quarto da referida residência, tendo uma escapado ileso e sido ela que solicitou socorro a vizinhança. Na altura nenhum responsável da casa se encontrava presente.

A criança que sobreviveu, tão inocente que é, não tem mínima noção do que aconteceu, por conseguinte não foi capaz de explicar como tudo sucedeu.

A primeira suspeita foi que tivesse havido curto circuíto mas essa possibilidade foi imediatamente desfeita depois de se provar que o quarto onde as crianças morreram carbonizadas não possui instalação eléctrica. A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM-EP) deslocou imediatamente ao local uma equipa de técnicos para se inteirar da situação e intervir naquilo que fosse necessário. A conclusão sobre a origem do incidente a que se chegou foi de que as crianças, provavelmente, tivessem brincado com fogo.

Pela forma como os corpos das crianças se apresentavam expostos, todos deitados na cama, comentários indicam que os meninos antes devem ter enalado muito fumo e de seguida perdido sentidos até serem atingido pelo fogo. No interior do quarto não foram encontrados vestígios de presença de materiais ou substâncias perigosas. Havia somente um saco de arroz com casca, peças vestuários e o colchão era de esponja. A roupa e o colchão é que pegaram fogo. As chamas não se propagaram para outros compartimentos da residência para além do quarto onde as crianças morreram carbonizadas, nem danificaram a estrutura do quarto, embora a casa o seu estado não aparenta possuir tamanha resistência.

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