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Tratamento do Ébola na Serra Leoa ainda não é suficientemente rápido

O tratamento médico tem sido rápido e o caos tem diminuído em todo o mundo, mas os médicos num remoto distrito de Serra Leoa ainda lutam para controlar o surto local do Ébola.

O deslocamento de médicos e equipamentos para o distrito de Kono foi o mais rápido já feito em Serra Leoa – país com quase metade dos registos do Ébola em todo o mundo -, sob a estratégica de combater focos da epidemia antes de a doença espalhar-se.

Mas as autoridades dizem que a resposta precisa de ser ainda mais rápida para eliminar a febre que já matou mais de 7 mil pessoas na África Ocidental. Em Koidu, capital do distrito de Kono, as pessoas continuam a morrer do que se pensa ser Ébola, enquanto os cidadãos parecem ignorar os riscos da doença.

Um repórter da Reuters testemunhou um jovem homem deitado numa rua, a vomitar. Ele morreu antes que uma ambulância pudesse levá-lo para o hospital. Um soldado quase histérico ordenava que os curiosos e transeuntes, muitos de chinelos de borracha, não se aproximassem do cadáver altamente contagioso.

“Esse é o motivo pelo qual temos Ébola. Os vossos maus hábitos! Olhem para vocês, usando chinelos. Chinelos!”, ele gritava. Menos de um mês atrás, as condições eram muito piores.

Uma pequena equipe de enfermeiros locais no centro médico improvisado estava com tanto medo dos pacientes que eles se limitavam a atirar pacotes com medicamentos para os doentes, de acordo com dois médicos norte-americanos que presenciaram a cena. Casos suspeitos e confirmados de pacientes com Ébola foram misturados nas alas médicas, às vezes colocados até próximos de cadáveres.

Um único meio de transporte foi utilizado para deslocar os mortos e os colchões ficaram infectados com diarreia. Enquanto os americanos do outro lado do Atlântico celebravam o feriado do Dia de Acção de Graças no fim de Novembro, os dois médicos testemunhavam o caos em Kono, cidade a cerca de 450 km à leste da capital Freetown.

“Durante o feriado de Acção de Graças as coisas explodiram. O hospital estava abarrotado de pacientes com Ébola”, disse Dan Kelly, um dos doutores e fundadores de uma organização sem fins lucrativos, a Wellbody Alliance.

Dez funcionários do centro médico contraíram o vírus do Ébola e cinco morreram até agora. Pouco tempo depois, começou a chegar ajuda em Kono, que fica numa região de extracção de diamantes, e a Cruz Vermelha agora constrói um centro de tratamento com capacidade para 30 enfermos.

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