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Reaberta ao tráfego rodoviário EN1 no centro de Moçambique; Chuvas causaram 11 mortos em Manica

Reaberta ao tráfego rodoviário EN1 no centro de Moçambique; Chuvas causaram 11 mortos em Manica

Foi retomado nesta quarta-feira (29) o tráfego rodoviário na Estrada Nacional nº1 a partir do rio Save para o centro de Moçambique, e no sentido inverso, após mais de 48 horas de interrupção devido as águas do rio Ripembe que no sábado galgaram a única via que permite o tráfego rodoviário entre o Sul e o Centro, e Norte, do País.

“Aqui do lado onde estou existem mais de mil viaturas incluindo camiões e carrinhas” relatou um cidadão que viaja numa viatura ligeira, em direcção ao centro de Moçambique, mas que desde as primeiras horas de domingo está estacionado antes do rio Save juntamente com outros milhares de cidadãos.

O tráfego rodoviário havia sido interrompido inicialmente na tarde de sábado (25) mas cerca das 16 horas de domingo uma coluna de viaturas de grande porte transitou do Save em direcção a zona centro.

Na região do Save os viajantes, que incluiam mulheres e crianças, passaram por momentos de algum desespero pois faltaram condições básicas de sanidade e mesmo de alimentação. Apesar de muitos viajantes já virem prevenidos para a paragem obrigatória que costuma ser de 12 a 24 horas – pois desde Junho de 2013 é preciso esperar a coluna de militares para protecção até o posto administrativo de Muxúnguè.

Ainda não há Calamidades

Desde o passado sábado (25) chuvas fortes, com mais de 75 milímetros de precipitação em 24 horas, fustigaram os distritos de Machanga, Buzi, Dondo, Muanza, Cheringoma ,Marromeu e Cidade da Beira (na província de Sofala) e também os distritos da Massinga, Vilanculo, Inhassoro e Govuro (na província de Inhambane).
Nesta segunda-feira a Direcção Nacional de Águas alertou para o aumento em mais de um metro acima do nível de alerta do caudal do rio Lucite, afluente da bacia do rio Búzi, e também o rio Inhazónia afluente do rio Púnguè, estava 0,45m acima do nível de alerta. Os rios Ruvue, Goonda e Grudja também estão acima do nível de alerta colocando em risco as populações que vivem nas zonas baixas dos distritos de Chibabava, Búzi e Nhamtanda, na província de Sofala.

Contudo, apesar desta forte e contínua queda de chuvas, ainda não se pode falar em Calamidade pois muitas das regiões estavam secas e os rios “sedentos” absorveram grande parte das águas. Na província de Inhambane os rios apesar de haverem subido estão neste momento abaixo dos níveis de alerta.

As casas que ficaram destruídas pelas chuvas na realidade são cabanas de construção muito precária que estavam em regiões baixas, usadas como acampamentos dos camponeses que residem em zonas seguras. Os camponeses rejubilam com a água que tem caído dos céus e preparam-se para a época das novas sementeiras.

Mesmo no distrito de Govuro, onde se foram registados 300 milímetros de chuvas, as populações até chegaram a assustar-se mas a água baixou e alguns já estão as reconstruir as suas cabanas sem esperar nenhum apoio do Governo.

Na outra margem do rio Save as autoridades também ainda não consideram haver Calamidades apesar dos rios estarem um pouco acima dos níveis de alerta e até existirem alguns deslocados, que residiam na região baixa de Chireze, na localidade de Grudja, e que foram acomodados numa Escola na Sede da localidade.

Dezenas de mortos em Manica

Entretanto as chuvas intensas que se registam na província de Manica mataram, pelo menos, onze pessoas e destruíram 148 casas, 13 salas de aulas e um centro de saúde. O delegado do Instituto de Gestão das Calamidades, João Vaz, disse que dos óbitos, nove foram vítimas das descargas atmosféricas nos distritos de Bárue, Manica, Gondola e Tambara, uma por desabamento da parede de uma residência e outra arrastada pelas águas das chuvas.

Dada a gravidade do cenário, segundo Vaz, citado pela Radio Moçambique, o INGC em Manica reitera os apelos à população para se retirar das zonas de risco e acatarem as medidas de prevenção e mitigação de desastres. O apelo surge pelo facto de a chuva que tem estado a cair na província continuar a provocar destruições de residências e outras infra-estruturas.

Vaz disse que a circulação rodoviária nas estradas Guro/Tambara e Machaze/Chibungabera/Mossurize está interrompida em consequência do aumento dos caudais dos rios Muira e Sumausse.

A agravar ainda mais o cenário, o rio Lucite, em Dombe, distrito de Sussundenga, apresenta-se com o caudal acima do nível de alerta e com a água a transbordar.

O delegado do INGC em Manica disse que está a ser implementado um plano de contingência na província e a distribuição de bens necessários aos afectados.

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