Os trabalhadores da extinta empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) ameaçam paralisar as suas actividades, ainda esta semana, caso não haja consenso nas negociações em curso entre a actual comissão de gestão e o comité sindical sobre o reajuste salarial.
No cerne da discórdia está em causa o reajuste salarial de 17,5 por cento aprovado pelo Governo em Maio último para o sector. Contudo, a comissão de gestão nomeada, recentemente, pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, não está a observar, defendendo o pagamento de apenas oito por cento.
Francisco Sambo, trabalhador dos TPM, é citado pelo jornal “O País”, a revelar que havia um entendimento entre o comité sindical que representa os 1.300 trabalhadores, e a direcção cessante, para o pagamento do salário reajustado com base nos 17,5 por cento a partir de Julho corrente.
“Com a queda da anterior direcção e a nomeação duma comissão de gestão liderada pelo director nacional dos transportes, a situação dos trabalhadores piorou pelo facto de esta ter inviabilizado o reajuste na percentagem estabelecida baixando-a para oito por cento”, explicou Sambo.
Para a tomada desta decisão, a nova direcção, que segundo os trabalhadores não aceita negociar, tomou como base a percentagem fixada para o sector público, uma decisão que a massa laboral considera incorrecta e alerta que poderão suspender as suas actividades se a questão não for resolvida ate a terça-feira da semana corrente.
Os trabalhadores, que prometem accionar todos os mecanismos legais para o efeito, defendem que a paralisação das actividades será o ultimo recurso caso não se chegue a uma conclusão benéfica para as duas partes.
Refira-se que o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula visitou, na semana passada a empresa, tendo-se reunido com os trabalhadores para lhes explicar a essência da passagem da empresa para a gestão municipal.
Neste encontro não foram abordadas as questões salariais. Os trabalhadores defendem que a transferência da gestão da empresa para o município não deve trazer mudanças prejudiciais e, escusando-se a fazer comentários, alegam que caso haja boa gestão o processo não vai trazer problemas.
Na procura de soluções para este problema, o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, volta a reunir-se, segunda-feira, com os trabalhadores da empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM).