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Tio detido por estuprar o sobrinho em Maputo

Um adolescente de 17 anos de idade foi abusado sexualmente, durante vários meses, no bairro George Dimitrov, vulgo Benfica, na cidade de Maputo, pelo seu próprio tio com mais de 35 anos. O suspeito já está a contas com as autoridades.

O crime aconteceu no quarteirão 92 na casa onde a vítima, órfã de pais, vive com os tios. O miúdo foi encaminhado ao Hospital Geral José Macamo, onde os exames médicos comprovaram que, para além de abusos sexuais repetitivos, ele sofreu agressões físicas.

Relatos da família dão conta de que até os vizinhos já desconfiavam que alguma coisa anormal se passava com o rapaz porque não se locomovia devidamente. Por vezes, eles se queixam em surdina de dores no ânus, por exemplo, mas ninguém levava isso a sério, pese embora tivessem conhecimento de que o tio com quem dormia não era de boa conduta.

Com o rosto banhado de lágrimas, o adolescente contou que o tio “amarava-me na cama, tiravam-se as calças e faziam-me as coisas dele no ânus. Eu sentia bastantes dores, mas sempre que quisesse gritar ele dizia para ficar calado porque iria matar o meu pai [referia-se ao tio]”.

Sem conseguir conter as lágrimas e com a voz trémula por causa de tamanha dor, o rapaz desabafou no seguintes termos: “o meu tio fazia-me de mulher dele todos os dias. Obrigava-me a cozinhar e lavar a roupa dele. À noite, ele fazia as mesmas coisas, tirava-me as calças e dizia para eu não negar nem gritar porque ele sabia o que estava a fazer. Por vezes, ele obrigava-me fazer de dia”.

Num outro desenvolvimento, o menino disse que a violação acontecia há mais de um ano. O indiciado reconheceu ter mantido cópula com o sobrinho, mas alegou que foram apenas algumas vezes e com o consentimento dos dois. “Pedi e ele aceitou. Eu estava sobre o efeito de álcool, que me fez perder a consciência”.

A justificação deste cidadão é foi rebatida pelos seus parentes, sobretudo pelo irmão e pela cunhada. Esta tem uma cicatriz em virtude de certa vez ter sido agredida fisicamente pelo acusado, que no bairro é considerado uma pessoa literalmente agressiva.

Os familiares do adolescente alegaram que era normal ouvir-se um barulho estranho e gritos no quarto onde a vítima dormia com o tio. Certas noites, a tia do miúdo acordava, sorrateiramente, para ver o que se passava, mas não entendeu nada.

Porque a desconfiança aumentava sempre que do referido quarto se ouvia barulho e movimentos estranhos, a senhora passou a ficar mais atenta, até que na tarde de 21 de Setembro último a máscara do suposto violador.

Nesse dia, a cunhada do visado estava a lavar a loiça, a poucos metros do quarto onde o crime acontecia. Ao ouvir, mais uma vez, os mesmos gritos de sempre, dirigiu-se à janela e lançou os olhos à cama onde a vítima e o “predador” dormiam. O indiciado foi surpreendido em cima do rapaz, violentando-o sexualmente e as dúvidas dissiparam-se.

“Espreitei da janela e vi que ele estava em cima do miúdo. Chamei a vizinha para me ajudar a perceber se o que eu estava a ver era mesmo verdade. Foi doloroso assistir aquilo e não imagino o que o meu sobrinho passou esse tempo todo. O miúdo implorava para ele deixá-lo dormir porque se queixava de cansaço, mas ele recusava”, disse a senhora, acrescentando que o acusado nunca teve uma convivência sã com os familiares nem com os vizinhos.

Felizmente, o rapaz não esta contaminado por nenhuma doença, de acordo com os exames médicos. E enquanto o processo segue os trâmites legais, a vítima recupera-se do trauma.

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