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Terramoto financeiro afecta negociações

Clima

A crise financeira e a desaceleração económica que esta a afectar os Estados Unidos da América é uma forte ameaça para as negociações internacionais sobre as mudanças climáticas, embora alguns especialistas defendam à ideia de que o “crescimento verde” poderia ajudar o mundo a sair da encruzilhada.

A reacção frente às mudanças climáticas exige medidas de longo prazo, mas o calendário das negociações é muito apertado. O objectivo é alcançar em Dezembro de 2009 um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto (2008-2012) com tempo suficiente para que seja ratificado por todos os países antes de 2012 para evitar um vazio. Mas alguns desses mecanismos são de difícil execução, principalmente pelos países em desenvolvimento no que a tomar medidas contra desflorestação diz respeito.

O terramoto bancário que sacode os Estados Unidos ocorre poucos meses antes de uma mudança de inquilino na Casa Branca, o que suscita esperança entre os ambientalistas após anos de obstinada rejeição por parte do governo de George W. Bush à redução das emissões de gases causadores do efeito de estufa.

 

Já o objectivo europeu de reduzir em 20% suas emissões antes de 2020 em relação aos níveis de 1990 necessita de instrumentos financeiros que alguns países da União Européia (UE) resistem em aceitar num contexto de austeridade orçamental.

Contudo, ressalvam os especialistas, tem progredido consideravelmente a compreensão da importância e do “custo” das mudanças climáticas estimado em mais de 5,5 biliões de euros de acordo com o economista britânico Nicholas Stern. “Tenho esperança porque há exemplos que mostram que o investimento em meio ambiente é mais uma oportunidade do que um peso. Esses exemplos não existiam há dez anos”, afirma Olivier Schaefer, do Conselho Europeu de Energias Renováveis, com sede em Bruxelas.

Os especialistas em meio ambiente vêem assim uma oportunidade de ouro na crise financeira.

“Precisamos de um novo pensamento económico que reconheça que as questões económicas e financeiras e as do clima estão estreitamente relacionadas”, considera Terry Barker, diretor do Centro de Pesquisas sobre a Luta contra as Mudanças Climáticos da Universidade de Cambridge.

Em sua opinião, livrar a economia de sua dependência de petróleo e de gás é “a resposta à crise financeira, porque para obtê-lo, precisamos de um programa de investimentos maciço”.

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