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Terça-feira, 20 de Janeiro

Separe-se a diplomacia da Justiça

      Terça-feira, 20 de Janeiro, é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Antes de mais para os americanos, depois para o Mundo. É o dia do “Yes We Can”. Depois de Barack Obama colocar a mão direita sobre a Constituição norte-americana o Mundo já não será mais o mesmo e, a partir daqui, tudo é possível. Aliás, o chamado “efeito Obama” já se fez sentir na política de alguns países, africanos inclusive.

     Terça-feira, 20 de Janeiro, foi o dia sonhado por muitos, desejado por muitos e será, seguramente, inolvidável para todos, para os que sonharam e para os que tiveram pesadelos com a eleição de um negro para a Casa Branca.

     Terça-feira, 20 de Janeiro, homenageia-se Martin Luther King, Malcolm X, Rosa Parks, Nelson Mandela, Steve Biko, Walter Sisulu, Desmond Tutu, Helen Suzman e muitos outros que deram a vida acreditando que somos todos iguais.

     Terça-feira, 20 de Janeiro, a América dá uma bofetada no racismo, no segregacionismo, no preconceito, no apartheid, na discriminação e em todas as formas de distinção em função da cor da pele. E aqui, se faz favor, tire-se o chapéu à América porque uma coisa destas – a eleição para o mais alto cargo da nação de um elemento de uma minoria étnica – não se vislumbra facilmente em nenhum outro país. Foi por isso que Michelle, a mulher de Obama, afirmou a plenos pulmões depois da vitória do marido no dia 5 de Novembro: “É por isto que amamos o nosso país.”

     Efectivamente, goste-se ou não do país, isto só é possível – “yes we can” – na América. Só nesses “Estados Unidos”, que são um Mundo dentro do Mundo, é possível eleger, num intervalo de quatro anos, presidentes tão díspares como Bush e Obama. A América prepotente, arrogante, belicista, bruta, opressora, violenta, que invade países, que cria Guantánamos é a mesma que elege Obama e que coloca a liberdade, um valor essencial, acima de tudo. Por isso os americanos, essa amálgama de raças, de origens, de crenças, se sentem americanos. Por isso, o Mundo sonha ser como a América. Por isso ouvimos muitas vezes dizer com uma admiração sem limites: “Se isto fosse na América…”

     Na escola de Punahau, no Hawaï, onde o pequeno Barack completou o ensino primário, os seus colegas brancos perguntavam-lhe se o seu pai era antropófago. Outros, à sua passagem, emitiam sons característicos dos símios. Só a América poderia permitir que um filho seu percorresse tão longo caminho até à mais alta magistratura da nação! No dia em que a Europa eleger um chefe de Estado negro, a África eleger um branco ou a Austrália um aborígene o mundo estará mais americano.

God Bless America!

 

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