O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, declarou, esta segunda-feira (16), que uma tentativa de golpe de Estado perpetrada por soldados rebeldes à noite foi frustrada e um recolher obrigatório noturno imposto em Juba, a capital.
Segundo ele, o seu Governo tomou o controlo total da situação e está a perseguir os soldados amotinados. Ele indicou que o seu partido nunca permitirá uma transferência do poder pela força neste país, tornado independente do Sudão a 9 de Julho de 2011.
Segundo o Presidente Kiir, o incidente ocorreu quando soldados fardados dispararam contra uma reunião do Movimento de Libertação do Povo do Sudão (SPLM, no poder).
Lembre-se que o Presidente Kiir demitiu, em Julho último, todo o seu Executivo antes de dissolver, em Novembro passado, as estruturas do partido no poder, alegando que elas já não tinham legitimidade. Segundo ele, o Secretariado do SPLM e o bureau político, a mais alta instância de decisão do partido, foram dissolvidos por não terem organizado uma convenção nacional em Maio de 2013 destinada a eleger os líderes do partido.
«As estruturas do SPLM não funcionam e devemos aceitar esta situação. Devíamos realizar a convenção em Maio passado. Acham que hoje as estruturas têm a legitimidade de continuar a funcionar?”, interrogou-se Kiir.
Estas medidas que visavam consolidar o controlo do Presidente Kiir sobre o poder causaram a tensão neste jovem país, particularmente entre os dois principais grupos étnicos, designadamente a comunidade Dinka da qual é originário o Presidente Kiir, e a comunidade Neur, do Vice-Presidente demitido.