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A caminho dos jogos africanos: Ténis em quadras improvisadas sonha com pódio

O ténis de campo é uma modalidade sem grande expressão no país. Uma pequena elite de moçambicanos pratica a modalidade na cidade e província de Maputo, em Nampula e em Lichinga. Moçambique não possui nenhum título africano nesta modalidade, segundo Alberto Nhacale, antigo tenista e actual seleccionador nacional, fundamentalmente porque os nossos atletas não têm conseguido apoios para participar em torneios fora de portas. Nos campeonatos africanos os atletas nacionais não se fazem presentes e, pela mesma razão – falta de competição internacional – o nosso país não tem nenhum atleta no ranking internacional ATP. No ranking africano mais recente, de Maio de 2011, de um total de 49 atletas masculinos e 71 atletas do sexo feminino, nenhum é moçambicano. Mesmo assim, a Missão Moçambique aposta forte e perspectiva alguns lugares no pódio.

Dez atletas fazem parte da pré-selecção, seis trabalham em Maputo sob a orientação do seleccionador nacional – que recebeu o apoio de um técnico português durante um curto período – dois evoluem no Estados Unidos da América e outros dois preparam-se na África do Sul.

Deste naipe, oito atletas deverão ser seleccionados para representar-nos nos X Jogos Africanos onde estarão como grandes favoritos ao pódio atletas da África do Sul, Marrocos, Argélia, Egipto, Tunísia, Nigéria e Zimbabwe.

Se os lugares de pódio parecem estar longe, a massificação da modalidade também é um sonho. Salvo algumas escolas privadas a nível de iniciação, o ténis não é praticado. Faltam quadras, não há raquetes e até bolas um pouco por todo o nosso país.

Nem mesmo nos novos bairros mais abastados, que como cogumelos vão aparecendo, surgem infra-estruturas novas que possam propiciar a prática do ténis de campo e, diga-se, mesmo a de outras modalidades.

O seleccionador nacional recorda-se de que o “bichinho” do ténis começou na sua vida quando ainda muito jovem ia aos courts do Tunduro – percorrendo a pé o trajecto da sua casa no bairro do Aeroporto até a baixa – como assistente do seu tio, levando o equipamento às costas.

Da curiosidade de miúdo à entrada nas quadras de raquete em punho não teve a vida facilitada. Quase uma década se passou mas, para quem jogava com gosto e treinava com afinco, os resultados começaram a aparecer até despertar a atenção dos treinadores da altura que o formaram até se tornar no profissional vencedor que é hoje.

Um palco improvisado

Na alta competição, uma partida de ténis de campo, entre vários requisitos, precisa de silêncio para a concentração dos jogadores que na quadra estão a jogar.

Quando começou a planificação, atrasada, dos X Jogos Africanos, esta modalidade estava programada para ser disputada no Zimpeto. Factores que desconhecemos, de que ninguém fala, terão originado que o ténis de campo vá ser disputado nos courts do jardim Tunduro, na baixa da cidade.

À parte a degradação do jardim, as quatro quadras existentes não têm padrão internacional. Entre vários aspectos negativos destacam-se o facto de estarem localizadas muito juntas umas das outras, havendo inclusive duas quadras sem nenhuma separação física.

Nos planos da reabilitação, já em curso, está prevista a criação de áreas de bancada para espectadores e uma separação com rede entre as quadras abertas. Imaginando que deverão acontecer quatro partidas em simultâneo, grande será, seguramente, a desconcentração dos atletas em competição.

Quiçá possa ser uma vantagem para os atletas moçambicanos, mais habituados a jogar nestas condições!

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