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Tarifa do “chapa” não aumenta mas calvário do transporte urbano continua em Moçambique “sine die”

Foto de Adérito CaldeiraO Ministério dos Transportes e Comunicações(MTC) e a Federação Moçambicana das Associações de Transportes(FEMATRO) rubricaram um Memorando de Entendimento que garante que o preço do transporte semi-colectivo de passageiros não vai aumentar, pelo menos nos próximos dias nas cidades e municípios de Moçambique. Porém ainda não é desta vez que o “my love” vai desaparecer pois soluções para aumentar a oferta e qualidade dos “chapa 100”, principalmente nos municípios de Maputo e Matola, não existem.

Nem metro, nem BRT e nem nova frota para os Transporte Municipais, os moçambicanos que vivem nos principais centros urbanos e não possuem veículo próprio vão continuar a viajar em “chapa 100” e nas carrinhas de caixa aberta, como bois, pois o Governo de Filipe Nyusi “está a trabalhar num pacote global de medidas a curto, médio e longo prazo para a solução da problemática do transporte público urbano de passageiros, cujos resultados esperamos brevemente apresentar”, revelou o ministro dos Transportes e Comunicações.

O @Verdade apurou a solução é a criação de um sistema integrado com os vários modos de transportes, no âmbito plano director de mobilidade e transporte para a denominada área metropolitana de Maputo, e estava orçado até ao ano passado em 330 milhões de dólares norte-americanos.

Para já o Executivo conseguiu refrear a vontade de aumento das tarifas pelos operadores privados do transporte semi-colectivo de passageiros, que consideram que há vários anos que o negócio não compensa apesar do subsídio que é todos meses dado pelo Estado.

“Assinamos este Memorando com o Governo da República de Moçambique, que vai orientar nos próximos dias aquilo que vai ser o transporte urbano nas nossas cidades, este Memorando não é só para as cidades de Maputo e Matola mas sim para todos os maiores centros urbanos do país. Nós vamos continuar a trabalhar porque isto não é o fim, mas o princípio de uma mudança de uma era que vai trazer uma nova face daquilo que é o grande problema do transporte urbano no nosso país” afirmou nesta quinta-feira(20) Castigo Nhamane, presidente da FEMATRO após o acto que decorreu na capital moçambicana.

Foto de Adérito CaldeiraEntretanto o titular dos Transportes, Carlos Mesquita, disse que o Governo reconhece “que actual modelo de subsídio não tem sido eficaz e porque não tem permitido o aumento da oferta de transportes, por isso houve negociações entre o Ministério dos Transportes e Comunicações e o Ministério da Economia e Finanças, com a participação da FEMATRO, para a transformação do actual subsídio em recursos para a comparticipação na aquisição de meios de transporte para as principais cidades, ou seja os recursos que antes eram atribuídos monetariamente passarão agora a ser feito em espécie”.

O governante declarou que face ao caos que se vive todos os dias nos municípios de Maputo e da Matola, e enquanto a solução global não é encontrada, o Executivo decidiu comprar “faseadamente 300 autocarros que serão entregues às concessionárias e que deverão reembolsar parte do valor através das receitas cobradas na utilização destes autocarros”.

Não ficou claro durante a conferência de imprensa de que forma o negócio voltará a ser lucrativo para os mais de 8 mil operadores do “chapa 100”, visto que o Executivo vai financiar somente 300 autocarros.

É claramente um ganhar de tempo, não foi possível apurar quanto, por parte do Governo relativamente a um problema que exige mais coragem, avultados investimentos e paciência dos munícipes.

Recentemente durante a visita de Estado que efectuou ao Japão o Presidente Filipe Nyusi reavivou o sonho do metropolitano para o chamado Grande Maputo(que incorpora os município de Maputo, Matola e Boane). Na gaveta, por falta dinheiro, está o Bus Rapid Transit assim como a sua integração com os transportes ferroviários. É mais do que reconhecida a incapacidade dos Transportes Públicos, agora Municipais.

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