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Tarefa árdua espera Motlanthe

Tarefa árdua espera Motlanthe

África do Sul

O moderado Kgalema Motlanthe foi eleito, a semana passada, pela Assembleia Nacional, presidente da África do Sul, após a demissão forçada do chefe de Estado Thabo Mbeki, substituído pelo seu próprio partido como resultado de dissensões internas.

 

 

Dos 360 deputados presentes, 269 votaram a favor de Motlanthe, o número dois do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), no poder; 50 preferiram o candidato da Aliança Democrática (DA, sigla em inglês) na oposição; e 41 votaram em branco, anunciou do Tribunal Constitucional, Puis Langa, que dirigia a sessão parlamentar.

“Aceito o cargo de presidente eleito da África do Sul. Sintome profundamente honrado pela fé colocada em mim pelos membros da Assembleia”, declarou Kgamela Motlanthe. E acrescentou: “Assumo esta responsabilidade plenamente consciente dos deveres e responsabilidades inerentes a este elevado cargo, esperando que o povo da África do Sul coloque um rótulo justo no presidente da república.”

 

Motlanthe, que era até agora vice-presidente do ANC, o partido no poder, deve doravante fixar-se em Tuynhuys, a residência presencial na Cidade do Cabo, capital parlamentar situada no sudoeste do país. Ele será, agora, o terceiro chefe de Estado desde o advento da democracia multirracial na África do Sul em 1994, depois de Nélson Mandela e de Thabo Mbeki. Há menos de três semanas, este último foi obrigado a apresentar a sua demissão proposta pelo ANC devido à suposta instrumentalização da Justiça. Antes da abertura da sessão, os deputados próximos de Jacob Zuma, presidente do ANC e rival de Mbeki, cantaram e dançaram demonstrando a sua alegria.

Agora, Motlanthe deve formar rapidamente o seu governo, onde o popular ministro das Finanças Trevor Manuel, considerado como o artífice do crescimento sustentado da África do Sul pós-apartheid, tem lugar garantido.

Imediatamente depois da sua eleição, o candidato da oposição, Joe Seremane, exortou o novo presidente a “agir com celeridade para acalmar as queixas tanto dos internacionais como dos nacionais”, formando rapidamente o Governo que irá dirigir o país até às eleições gerais no segundo semestre de 2009.

“Este país tem necessidade urgente de uma direcção forte que reduzisse a profunda ansiedade generalizada entre os membros do nosso partido com vista a terminar com os combates internos no seio do partido no poder”, sublinhou Motlanthe.Conhecido pela sua calma e moderação, Motlanthe terá como principal missão apaziguar as rivalidades internas no seio do ANC com vista às eleições gerais no segundo semestre de 2009.

Por agora, prevê-se que o líder do ANC, Jacob Zuma, seja o candidato do partido às presidenciais do próximo ano. Julgado por violação e depois absolvido, foi por duas vezes inculpado num outro dossier por corrupção, acabando por ser ilibado por falta de provas. Motlanthe poderia igualmente até às próximas eleições aproveitar para lançar as premissas de reorientação social da política governamental.

Recorde-se que, há pouco mais de duas semanas, o ANC retirou a confiança política ao presidente Thabo Mbeki, acusando-o de instrumentalizar a Justiça para barrar o caminho para a presidência de Jacob Zuma, que em Dezembro último ascendeu à chefia do partido depois de um congresso acalorado. No dia seguinte, Mbeki anunciou a sua demissão numa alocução televisionada.

No início da semana passada, o ANC designou o seu sucessor, escolhendo Motlanthe, uma personalidade respeitada, considerada a melhor pessoa para assegurar uma transição pacífica numa fase particularmente difícil para o país.

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