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Descida do preço do barril não se reflecte nas gasolineiras

Descida do preço do barril não se reflecte nas gasolineiras

Petróleo  

Os preços do barril do petróleo no mercado internacional ditam normalmente os preços nas gasolineiras domésticas. Sendo que a proporção é directa, quanto mais os preços sobem no mercado internacional, mais sobem também nas gasolineiras. O mesmo já não se verifica quando se trata de redução na escala mundial. Sobre o assunto, a Directora Nacional dos Combustíveis, Yolanda Cintura, disse: “que as empresas petrolíferas e o Estado ainda estão a recuperar as margens perdidas devido às constantes subidas dos preços observados ao longo do ano no mercado internacional”.

Em Moçambique, as gasolineiras têm tido um comportamento diferenciado face às variações de preços dos combustíveis.

 

 

 

Os preços de venda ao público, da gasolina e do gasóleo praticados, actualmente, não reflectem à realidade das cotações do barril de petróleo nos últimos três meses.

Entre 4 de Janeiro e 28 de Março de 2008, em média e face às variações semanais, o gasóleo subiu 1,21% enquanto o barril de petróleo de Brent subiu 1,84%, situação que, logo, se reflectiu nos consumidores e nas empresas. Já de 6 de Junho a 12 de Setembro do mesmo ano, o gasóleo desceu 0,44% face à descida de 1,01% do Brent, cenário que já não se reflectiu, nem nas empresas, nem junto dos consumidores.

 

Yolanda Cintura explicou que durante o ano em curso o petróleo teve um comportamento imprevisível, chegando o barril a atingir 140 dólares e durante esse período as gasolineiras não observaram muitos reajustes. Acrescentou que desde Outubro do ano passado que o preço do petróleo começou a disparar no mercado internacional.

No nosso País houve apenas dois reajustes para o consumidor, tendo sido o primeiro em Janeiro (que foi de 9% para gasóleo e 5,2% para gasolina) e o segundo em Julho (de 14% para gasóleo e 8,1% para gasolina) altura em que no mercado internacional o preço atingiu o máximo histórico. Cintura relembrou que as empresas de importação e comercialização dos combustíveis e o Estado tiveram que arcar com os elevados custos em benefício do consumidor, e neste momento estão a recuperar as margens de lucro perdidas (para o caso das empresas) e a carga fiscal perdida (para o caso do Estado). Lembrou que devido ao aumento substancial do barril de petróleo o Governo de Moçambique viu-se obrigado a retirar uma série de impostos na importação dos combustíveis assim como a reduzir o preço do diesel para alguns sectores de produção, como a agricultura e exploração mineira.

“Portanto”, prosseguiu “neste momento que o barril está a descer o Estado precisa de recuperar essas cargas fiscais perdidas”. Assegurou ainda, embora sem avançar datas, que: “se o actual preço do petróleo no mercado internacional mostrar tendência de estabilizar-se e depois de recuperadas as margens perdidas terá que se pensar em reduzir os preços nas gasolineiras.

“Neste momento ainda é prematuro avançar para quando é que se vai baixar os preços dos combustíveis ao consumidor, mas acredito que se o comportamento dos preços no mercado internacional estabilizar-se, e recuperadas as margens perdidas, as gasolineiras terão que baixar os preços”, sublinhou Cintura. O País importa anualmente 700 milhões de litros de combustível gastando para isso cerca de 300 milhões de dólares americanos, sendo que este ano devido às constantes subidas do preço do “ouro negro” no mercado internacional os custos de importação vão atingir os 800 milhões de dólares.

Importa referir que o combustível que é actualmente consumido no mercado nacional provém da Arábia Saudita.

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