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Talibãs convocam boicote e ameçam atacar as eleições no Afeganistão

Os talibãs convocaram esta quinta-feira os eleitores a boicotar e atacar as eleições presidencias e provinciais de 20 de agosto para “libertar o país ocupado através da Jihad” (guerra santa). “Como afegãos e muçulmanos, todos os afegãos devem boicotar este processo americano mentiroso. Para conseguir a independência real, ao invés de ir a falsos colégios eleitorais, os afegãos devem ir para as trincheiras da Jihad e, através da resistência, libertar seu páis ocupado por invasores”, afirma o texto difundido por correio eletrônico e assinado pelo “Emirado Islâmico do Afeganistão”.

“Participar nestas eleições significa simpatizar e apoiar os invasores americanos, e por isso conceder uma legitimidade à invasão americana”, acrescenta o texto. “Todos os mudjahedines devem assegurar que este processo impuro fracasse. Devem lançar operações contra as bases inimigas, devem impedir que as pessoas participem nas eleições, e na véspera das eleições, e todas as estradas devem estar fechadas para os veículos governamentais e civis”, concluem.

Os talibãs já haviam pedido anteriormente o boicote das eleições, mas este é seu comunicado mais enérgico antes de uma votação na qual o atual presidente, Hamid Karzai, aspira se reeleger. A milícia talibã regularmente convoca a Jihad contra o governo e as forças militares lideradas pelos Estados Unidos que o apoiam. O comunicado foi difundido dois dias depois que o enviado especial da ONU no Afeganistão, Kai Eide, pediu aos talibãs que não perturbassem as eleições, além de reconheer que existe uma preocupação importante pela segurança.

A equipe de apoio eleitoral da ONU registrou ataques contra equipes de camanha, casos de intimidação e o assassinato de três candidatos às eleições provinciais. Autoridades eleitorais e partidários do governo alcançaram nesta semana um cessar-fogo prévio às eleições entre dirigentes talibãs locais e os idosos (autoridades locais) afegãos, em um instável distrito da província de Badghis (noroeste).

O acordo, uma novidade no país, foi anunciado pelo gabinete de Karzai, favorito entre os 41 candidatos à presidência, mas foi posteriormente desmentido pelos talibãs. “É um bom exemplo para outras partes do país”, indicou o subchefe da Comissão Eleitoral Independente, Zekria Barakzai. “Sei que este processo está sendo realizado em outras partes do país, assim a segurança estará garantida no dia da eleição”.

O cessar-fogo foi acertado num momento em que as tropas britânicas e americanas realizaram uma vasta ofensiva contra os talibãs na conturbada província de Helmand, reduto rebelde ao sul do país.

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