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Tailândia e Camboja trocam fogo pelo 3o dia na fronteira

As tropas da Tailândia e do Camboja entraram em conflito pelo terceiro dia consecutivo este domingo, na disputada fronteira entre os dois países, com tiros e explosões ecoando através da selva montanhosa por diversas horas, apesar do pedido por um cessar-fogo feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Os combates, perto de dois disputados templos Hindus do século 12, mataram pelo menos 10 pessoas na sexta-feira e no sábado, e dão seguimento ao conflito de quatro dias ocorrido em fevereiro, que custou 11 vidas. Com isto, este ano já é o mais sangrento em quase duas décadas.

O ministro da Defesa do Camboja acusou a Tailândia de bombardear aldeias de civis, um dia depois de dizer que soldados tailandeses disparavam bombas de fragmentação –armas anti-pessoais banidas em muitos países– junto com cápsulas “carregadas com gás venenoso”. O governo tailandês disse que as alegações são “infundadas”.

Não há registro de mortos este domingo, apesar de cada lado dizer que pelo menos um soldado foi ferido. O número oficial desde sexta-feira é de quatro soldados tailandeses mortos e 25 feridos. Do lado dos cambojanos, foram seis mortos e 17 feridos. Ban Ki-moon pediu por restrição máxima, “diálogo sério” e uma solução “efetiva e verificável” a um conflito pelo qual ele, em fevereiro, pediu que a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ANSA) ajudasse a solucionar.

Marty Natalegawa, ministro das Relações Exteriores da Indonésia e membro da ANSA, irá encontrar-se com os ministros da Tailândia e do Camboja na segunda-feira. Ambos os países concordaram, no dia 22 de fevereiro, em permitir que observadores militares desarmados da Indonésia fiquem ao longo de suas fronteiras, como parte de um acordo de cessar-fogo. Porém, o acordo ainda precisa ser colocado em prática. A Tailândia diz que os observadores internacionais não são necessários, insistindo que a disputa pode ser resolvida bilateralmente.

Como é comum na disputa entre esses dois países, cada lado acusa o outro por ter iniciado o conflito, mas testemunhas dizem que a artilharia mais pesada parece ter vindo do lado da Tailândia. Intervalos regulares de foguetes tailandeses podiam ser ouvidos por jornalistas da Reuters. Entre os moradores da região, alguns carregavam camiões com suas famílias e animais, fugindo de vilarejos rústicos com bandeiras tailandesas, mostrando o pedido da Tailândia pela soberania da região. Milhares se abrigam em campos de auxílio.

A soberania sobre os antigos templos hindus, com paredes de pedra –Preah Vihear, Ta Moan e Ta Krabey– e a floresta das montanhas Dangrek que os rodeia, está sob disputa desde a retirada dos franceses do Camboja, na década de 1950. A Tailândia diz que os templos, que ficam em uma escarpa em um terreno infestado de minas terrestres, estão na sua província de Surin, de acordo com um mapa de 1947. Camboja diz que eles são seu território.

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