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Tailândia deporta 4.000 membros da etnia hmong para o Laos

O exército tailândês começou esta segunda-feira a expulsar para o Laos cerca de 4.000 hmong, etnia minoritária da Ásia sul-oriental, que viviam em acampamentos, alguns há mais de 30 anos. As forças armadas tailandesas se posicionaram nos últimos dias em torno do campo de Huay Nam Khao, na província de Phetchabun (noreste), para este projeto condenado unanimente pela comunidade internacional.

Uma parte dos hmong se uniu aos americanos contra os comunistas durante a guerra do Vietnã, quando o conflito se estendeu aos países vizinhos. Muitos fugiram do regime comunista de Vietnã, no poder desde 1975, e temem ser maltratados quando voltarem ao Laos, apesar das garantias oficiais de que o governo vai conceder uma anistia aos dirigentes hmong. Bangcoc afirma que todos esses hmong são imigrantes ilegais.

O Laos, por sua vez, nega as acusações de perseguição e o porta-voz da diplomacia laosiana, Khenthong Nuanthasing, afirmou que seu país criou abrigos temporários para acolhê-los. Com a operação desta segunda, Bangkok cumpre um acordo assinado com Vietnã que fixa o dia 31 de dezembro como prazo limite para repatriar todos os hmong.

Nesta segunda, Washington pediu mais uma vez a Bangcoc que suspenda a deportação, lamentando a “grave violação dos princípios humanitários internacionais que a Tailânida defendeu durante muito tempo”. A União Europeia (UE) se mostrou “consternada” pela decisão de deportação e advertiu Bangcoc sobre a violação do direito internacional. “Consideramos que esta expulsão viola os direitos dos refugiados e deploramos que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) não tenha tido a possibilidade de intervir”, denunciou a presidência sueca da UE, que pede também ao governo tailândes que reconsidere seus planos de deportação.

O ACNUR pediu ao governo tailandês que ponha fim à expulsão dos hmong. “Estamos atônitos pelo que está acontecendo, apesar do apelo anterior (feito pelo Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Antonio Guterres), pedindo que as autoridades tailandesas interrompessem com as expulsões”, declarou Adrian Edwards, porta-voz do ACNUR.

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