Em partida da segunda mão dos 16 – avos-de-final da Taça Nelson Mandela, também conhecida por Taça CAF, o Ferroviário da Beira recebeu e venceu, no domingo (05), o AS Vita Club, da República Democrática do Congo, por 1 a 0, mas os locomotivas foram eliminados com o agregado de 1 a 3, visto que na primeira mão foram derrotados por três bolas a zero.
Depois de ser goleado no Congo na primeira fase da eliminatória, a equipa de Lucas Barrarijo tinha a árdua missão de, no mínimo, marcar três golos e não sofrer nenhum para levar a decisão da passagem aos oitavos-de-final para a lotaria das grandes penalidades.
Logo que o árbitro apitou para que se iniciasse o confronto, os locomotivas lançaram-se ao ataque. Todavia, encontraram pela frente um AS Vita que não vinha a Moçambique defender a vantagem conseguida no primeiro jogo.
Nos instantes iniciais, mesmo jogando fora de portas, os congoleses pegaram nas rédeas do jogo e, antes do primeiro quarto de hora, estiveram perto de gelar o Caldeirão do Chiveve.
Na sequência de uma jogada de insistência, Kotalang, com um passe magistral, lançou Mubala que, dentro da grande área, rematou forte para uma defesa apertada de Bruno.
Por seu turno, o Ferroviário da Beira tinha muitas dificuldades na transição de bola de trás para a frente por culpa da excelente organização defensiva do seu rival, que anulava todas as investidas de Reinildo e companhia.
Os locomotivas criaram a primeira jogada digna de registo à passagem do minuto 19. No seguimento de um contra-ataque, Gildo galgou terreno até a linha de fundo e cruzou para a pequena área onde estava Maninho que, com apenas Bafala pela frente, rematou, mas bola passou por cima da barra transversal.
Com a bola a circular de pé para pé, os forasteiros, sempre que fossem ao ataque, criavam dores de cabeça à equipa moçambicana. Antes do minuto 30, Bruno, com uma excelente intervenção, voltou a negar o golo ao avançado Bopunga.
Depois do segundo quarto de hora de jogo, o Ferroviário da Beira, com medo de sofrer um golo que complicaria as contas do apuramento, baixou as suas linhas deixando apenas Nelito como a referência do ataque, o que, de certa forma, foi aproveitado pelos congoleses para gerir a vantagem trazida do jogo da primeira mão.
Golo de Jacob lava a honra dos locomotivas
No reatamento, o Ferroviário da Beira entrou disposto a mudar o rumo dos acontecimentos, mas, mais uma vez, encontrou um conjunto congolês muito organizado.
Nesta fase de jogo, a equipa de Lucas Barrarijo tentou remar contra a maré. Todavia, Fabrice e Paíto não conseguiam municiar jogadas de ataque na zona intermediária.
Tal como aconteceu no primeiro período, o AS Vita Club foi a primeira formação a criar perigo na baliza moçambicana, mas o guarda-redes, Bruno, uma das melhores unidades dos locomotivas nesta partida, mostrava-se seguro entre os três ferros.
Insatisfeito com a prestação da sua equipa, Lucas Barrarijo efectuou três substituições, tirando Nelito, Paíto e Gildo e fazendo entrar Dayo, Tchitcho e Jacob, respectivamente. Com estas alterações, o Ferroviário da Beira cresceu mais no jogo. Porém, não conseguia chegar com perigo à baliza de Bafala.
Depois de sucessivas tentativas, os locomotivas de Chiveve chegariam ao golo aos 74 minutos. Na sequência de uma recuperação de bola de Tchitcho na zona intermediária, Jacob, mais em jeito do que em força, rematou sem hipóteses de defesa para o guarda-redes forasteiro.
Com o 1 a 0 a favor da equipa de Lucas Barrarijo, terminou a partida, mas a vitória foi insuficiente para seguir para os oitavos-de-final da Taça Nelson Mandela, porque no jogo da primeira mão os moçambicanos perderam pelos esclarecedores 3 a 0.
Refira-se que o outro representante de Moçambique nas Afrotaças, a Liga Desportiva, não foi além da pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos.