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Suu Kyi diz-se pronta para conduzir Mianmar à democracia

A líder de oposição Aung San Suu Kui afirmou, esta Quarta-feira, na Grã-Bretanha, que está preparada para comandar o seu povo, no mais explícito sinal até agora de que ela aspira a governar Mianmar.

A activista, vencedora do Nobel da Paz, passou a maior parte dos últimos 20 anos sob prisão domiciliar. A sua libertação, em 2010, foi um marco num período de reformas que culminaria com a substituição da junta militar da ex-Birmânia por um regime civil.

Este ano, ela foi eleita deputada e deixou Mianmar pela primeira vez em décadas. Questionada pela BBC sobre o seu interesse em tornar-se a líder dos birmaneses depois das eleições previstas para 2015, ela disse: “Se eu puder liderá-los no caminho certo, sim”.

Mas a eventual candidatura presidencial parece improvável, pois exigira uma alteração nas cláusulas constitucionais que preservam o poder dos militares.

Terça-feira, enquanto o presidente Thein Sein anunciava uma “segunda onda” de reformas em Mianmar, Suu Kyi era recebida como herói na sua visita à Grã-Bretanha, onde viveu antes de voltar a Mianmar para cuidar da mãe doente e ser presa, em 1988.

Completando 67 anos, ela foi aplaudida de pé pela plateia que lotava um auditório da London School of Economics.

“São todos vocês e gente como vocês que me deram força para continuar. E suponho que eu tenha uma veia de teimosia”, afirmou.

Em seguida, ela foi a Oxford, onde estudou política, filosofia e economia na década de 1960, e onde viveu por muitos anos com o seu falecido marido, o académico Michael Aris, e seus dois filhos, hoje com 35 e 39 anos.

“Bem-vinda de volta! Bem-vinda de volta!”, gritavam cerca de 200 activistas e moradores no centro medieval da cidade, por onde passou a comitiva dela.

O médico Peter Khin Tun, de 54 anos, há 18 anos fora de Mianmar, disse: “Estamos muito orgulhosos por ela. Sinto-me muito próximo a ela, por isso estou aqui. Ela é fiel a si mesma. Hoje em dia, é muito difícil ver alguém com o coração sincero.”

Ela vai aproveitar a visita para encontrar os filhos e outros familiares, alguns dos quais ela nem conhece, uma vez que recusava-se a deixar Mianmar nas últimas décadas, mesmo nos breves períodos de liberdade, por medo de ser impedida de voltar.

“Eu senti falta deles (filhos), e eles sentiram a minha falta, mas, como eu disse, quando vi as vidas dos meus colegas, era muito pior”, disse ela à Sky News.

“Não justifico, acho que todos devem assumir a responsabilidade pelo que fazem. Aceito a responsabilidade pelo que fiz e por quem sou, e os meus filhos devem fazer o mesmo.”

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