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Supostos sequestradores detidos na 18ª esquadra em Maputo

A Polícia da República de Moçambique (PRM) apresentou à Imprensa, na segunda-feira (09), um grupo de cidadãos acusado de protagonizar sequestros nas cidades de Maputo e da Matola, dos quais alguns são apontados como sendo os cabecilhas do crime que este ano já fez três vítimas. A exposição pública do grupo em causa, uma prática que contraria o que prevê o artigo 41 da Constituição da República, segundo o qual “todo o cidadão tem direito à honra, ao bom nome, à reputação, à defesa da sua imagem pública e à reserva da sua vida privada”, aconteceu na 18ª esquadra, na capital moçambicana.

Um dos indiciados responde pelo nome de Eduardo Manuel, de 30 anos de idade, e é acusado de raptar uma cidadã identificada pelo nome de Risuany, esposa do proprietário da fábrica de gelo doce, designada Hinat, a 24 de Outubro de 2014, no cruzamento entre as ruas Capelo e Paiva Couceiro, no bairro da Malanga, em Maputo.

Naquele dia, a vítima e o seu esposo foram intimidados com recurso a uma pistola, tendo os supostos malfeitores exigido 200 mil meticais ao marido, funcionário das Alfândegas de Moçambique, o qual não pôde evitar que a sua cônjuge ficasse em poder dos criminosos porque não dispunha do valor em causa. Foram-lhe dados três dias para juntar o montante para evitar a morte da senhora.

Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da PRM, disse que o crime foi cometido por quatro pessoas, das quais três estão detidas desde sexta-feira (06) passada, mas o cabecilha encontra-se a monte.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) recolheu ainda aos calabouços um indivíduo cujo nome é Alberto, apontado como o mandante do grupo que raptou, no passado dia 26 de Novembro, uma cidadã que responde pelo nome de Georgina Mubai, de 52 anos de idade, residente no bairro Belo Horizonte, no distrito de Boane, província de Maputo.

Para lograrem os seus intentos, nesse dia, segundo testemunhas, os supostos criminosos bloquearam a viatura da vítima, em frente àquela fábrica, e dispararam duas vezes para o ar e, em seguida, contra o vidro do carro.

Kaylon Gafur, conhecido pela alcunha “homem-dinheiro” nos meandros do crime, Jorge Massingue, cuja alcunha é Gordo, Jojó e John, todos de 30 anos de idade, estão também a ver o sol aos quadradinhos na 18ª esquadra, alegadamente por terem perpetrado os três últimos sequestros deste ano. Um a 27 de Janeiro, outro a 02 de Fevereiro e outro ainda a 04 do mesmo mês, na capital moçambicana. Em sua posse a PRM apreendeu uma AKM, um carregador e várias chaves de viaturas.

Kaylon Gafur, que há cinco anos foi preso por falsificação de cheques, é apontado pelas autoridades como o chefe do grupo, uma vez que se apresentava nas redes sociais como “homem-dinheiro”, ostentando avultadas somas de dinheiro, em dólares e em meticais, montantes que provêm do crime, segundo a Polícia.

“Eu sou comerciante de viaturas, motorizadas, vestuário e sapatos há 10 anos. Por isso, enquanto eu tiver (dinheiro), exibi-lo-ei. Tenho 200 mil guardados que o meu irmão que se encontra em Nampula enviou para a compra de um carro”, defendeu-se o indiciado, que acusa os agentes da Lei e Ordem de agressão física. Jojó é comerciante e John é mecânico. Eles acusaram, também, a Polícia de tortura.

Pedro Cossa disse que o bando era procurado há dias e foi detido quando transportava uma das vítimas para um cativeiro no bairro de Matendene. Para além destes cidadãos, encontram-se na 18ª esquadra outros dois, cujos nomes não nos foram revelados, acusados de assaltar e sequestrar dois pilotos dos Transportes Aéreos de Portugal (TAP), a 15 de Janeiro de 2014.

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