O grosso dos acidentes de viação, parte dos quais culminam em morte, ocorrem, com frequência, das 15h00 às 21h00, durante os fins-de-semana, na capital moçambicana e nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, segundo as autoridades que lidam com a matéria, e que revelaram ainda que os protagonistas deste mal, que também acarreta elevados custos ao Estado, são jovens e adultos do sexo masculino, com idades compreendidas entre 18 e 45 anos.
A informação foi revelada na abertura do segundo Simpósio de Segurança Rodoviária, no qual o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse que algumas vítimas – não poucas – dessa carnificina são afectadas e na pior das hipóteses morrem enquanto estavam a concluir a formação académica.
Por conseguinte, essas mesmas vítimas deixam crianças e outros dependentes na incerteza as crianças e ao deus dará em relação ao seu futuro.
Os acidentes mais horríveis envolvem transportes semi-colectivo de passageiros e os relatórios apontam como as principais causas o excesso de velocidade, manobras perigosas, condução sob efeito de álcool ou de substâncias psicotrópicas.
De acordo com o estadista moçambicano, para além dos custos físicos e psicológicos sobre as pessoas directa ou indirectamente envolvidas em acidentes de viação, estes têm um impacto negativo sobre os serviços de saúde e nas infra-estruturas públicas e privadas (…).
No evento, que decorre na chamada “cidade das acácias”, o Chefe do Estado disse que entre 2011 e 2017, pelo menos 10 mil pessoas morreram e mais de 30 mil contraíram ferimentos graves e ligeiros. O ano de 2014 foi mais sangrento e mortífero.
O encontro é organizado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) e nele tomam parte várias pessoas singulares, organizações da sociedade civil, membros do Governo, representantes das escolas de condução. E foi assumida a Declaração de Maputo, cujo propósito é a multiplicação de esforços com vista a acabar com a sinistralidade rodoviária.
As causas desses desastres são, por um lado, o mau estado das vias, o mau estado das viaturas, a má sinalização rodoviária a não observância das regras de condução.
Por outro constam a sonolência, o excesso de velocidade, manobras perigosas, condução sob efeito de álcool ou de substâncias psicotrópicas, cansaço, e a má travessia do peão.
Estes dados não só ilustram o impacto negativo dos acidentes de viação no país, como também apelam para a necessidade de se colocar a mão na consciência e reflectir sobre as vidas que se perdem nas nossas estradas e nas pessoas que contraem as mais variadas lesões ou ficam mutiladas.
Por conta destes e outros problemas, Moçambique é considerado o quarto país com maior número de sinistralidade rodoviária – com 32 óbitos em cada 100 mil carros – na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Face a este mal que tira sono ao país inteiro, Filipe Nyusi disse que “não podemos continuar a assistir, de forma impávida e serena, a esta calamidade pública. Mais do que palavras urge responsabilizar aqueles que são os causadores desta desgraça”.