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Sudão do Sul acusa Sudão de novos bombardeios e China pede calma

O Sudão do Sul acusou o Sudão, Terça-feira, de empreender novos bombardeios aéreos num dos seus estados que é grande produtor de petróleo, numa nova escalada de tensões que trouxeram os dois países próximos duma guerra declarada.

O porta-voz do exército sudanês, Al-Sawarmi Khalid, negou que a Força Aérea tenha bombardeado qualquer lugar dentro do Sudão do Sul, que tornou-se independente em Julho.

Já o porta-voz do Exército do Sudão do Sul, Philip Aguer, afirmou que uma aeronave Antonov sudanesa havia ingressado até 40 quilómetros dentro do seu território para lançar bombas nos povoados de Teschween, Panakuach e Roliaq.

“Nós não temos um cessar-fogo com Cartum (capital do Sudão). Cartum está a declarar guerra dia a dia”, disse.

O presidente da China, Hu Jintao, pediu calma às duas partes depois de o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, que está em visita oficial a Pequim, ter declarado que o seu vizinho do norte havia declarado guerra contra o seu país.

A China tem investimentos no sector petrolífero das duas nações. Um repórter da Reuters em Bentiu, capital do Estado sul sudanês da Unidade, situada a cerca de 80 quilómetros da controversa a mal sinalizada fronteira com o Sudão, disse ter ouvido bombardeio pesado a distância e viu também sinalizadores disparados para o ar durante toda a noite.

“Ontem ao entardecer e à noite houve intenso bombardeio por aviões Antonov do Exército sudanês nas áreas do mercado de Lalop e Panakuach”, afirmou o governador do Estado de Unidade, Taban Gai Deng, aos repórteres.

Segunda-feira, os moradores e as autoridades disseram que os aviões de guerra sudaneses bombardearam um mercado em Bentiu, matando pelo menos duas pessoas, um ataque que o Exército do Sul chamou de declaração de guerra.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque e pediu ao Sudão que interrompa “todas as hostilidades imediatamente”.

O Sudão do Sul tornou-se independente, ano passado, sob um acordo de paz de 2005 que encerrou a guerra civil.

Mas ambos os lados estão em desacordo sobre a marcação da fronteira, a propriedade dos territórios ricos em minérios e sobre quanto o Sudão do Sul deve pagar para exportar o seu petróleo através do Sudão.

O conflito quase parou toda a produção de petróleo, que é essencial para ambas as economias.

O Sudão do Sul anunciou, Sexta-feira, a sua retirada do disputado campo de petróleo de Heglig, do qual havia se apossado no início deste mês, curvando-se às exigências do Conselho de Segurança da ONU.

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