O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) inscreveu 3.058.386 eleitores nas 53 autarquias de Moçambique, onde este ano estão marcadas eleições, o equivalente a 85 porcento do potencial de 3.598.003 que estavam previstos recensear. Apesar dos problemas que começaram com falta de tinteiros, estenderam-se a equipamento informáticos com problemas e até falta de energia eléctrica em 24 autarquias o STAE conseguiu mesmo inscrever mais eleitores do que estavam previstos. Em nove dos 10 novos municípios recensearam mais de 100% dos eleitores esperados.
Esta quinta-feira (25), o director daquele órgão eleitoral, Felisberto Naife, disse que o resultado alcançado revela uma subida na ordem de 10 porcento em relação à previsão feita pelo STAE quando faltavam menos de duas semanas para o fim do processo.
Nessa altura, o STAE previa recensear 75 porcento dos potenciais eleitores espalhados pelas 53 autarquias do território moçambicano. Por isso, o órgão está satisfeito com os números conseguidos, uma vez que ultrapassam a média exigida internacionalmente nos processos eleitorais, que é de 75 porcento.
“Os 85 porcento são frutos de um grande trabalho, do esforço dos brigadistas, dos técnicos e todo o pessoal que esteve envolvido neste processo”, referiu Naife em conferência de Imprensa realizada em Maputo.
Terminada a fase de recenseamento, segundo explicou Naife, procede-se, a partir desta quinta-feira (25), até dia 28 de Julho corrente mês, a exposição de cadernos de recenseamento eleitoral para os eleitores consultem e se assegurem de que seus dados pessoais constam e foram correctamente inscritos. Em caso de erros ortográficos serão efectuadas as devidas correcções.
Resultados das províncias
Relativamente aos resultados de recenseamento alcançados nas províncias, Tete foi a que teve um desempenho acima do previsto, ao atingir 120.34 porcento. Nesta província a previsão apontava para 135.808, mas foram inscritos 163.426 eleitores.
Na província de Manica foram inscritos 200.261 eleitores, contra 200.811 previsto, um desempenho de 99.73 porcento. Gaza recenseou 151.556 eleitores, o equivalente a 95.36 porcento, contra a previsão que era de 158.933.
Cabo Delgado inscreveu 198.013 cidadãos, ou seja, 92.02 porcento dos 209.000 que estavam previstos . A província de Inhambene registou 142.666 cidadãos, 90.83 porcento, contra 151.964 previstos.
As províncias do Niassa e de Sofala registaram 132.748 e 21.083 eleitores, contra uma previsão de 166.199 e 338.793, respectivamente. Niassa atingiu 79.87 porcento e Sofala 85.62 porcento.
A cidade de Maputo recenseou 614.518 eleitores, contra 716.996 previsto, um desempenho de 85.71 porcento. A província de Maputo teve um desempenho de 81.59 porcento. Estavam previstos 571.174 e foram inscritos 466.016.
Nampula registou 451.463 eleitores dos 564.059 previstos, uma prestação de 80.04 porcento. A província da Zambézia que teve um desempenho de 64.45. Nesta estava prevista a inscrição de 384.266 eleitores e foram recenseados 247.659.
Algumas províncias registaram um baixo desempenho, nomeadamente Zambézia (64%), onde Gúruè inscreveu apenas 40%, Alto Molócuè 51% e Mocuba 53%. A província de Nampula também foi baixa, com 80 porcento, a cidade de Nampula em 75 porcento e Nacala-Porto em 76 porcento.
Alguns municípios inscreveram um número de eleitores acima da meta prevista, tais como Ulónguè (Tete) 247%, Manklakazi (Gaza), 204%, Marrupa (Niassa) 200%, Massinga (Inhambane) 142%, Catandica (Manica) 144%.
“Nesses municípios, muitas pessoas de fora dos limites se recensearam?”, pergunta o Centro de Integridade Pública (CIP).