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S.O.S. para a ilha “encalhada”

Empreendi, em data recente, uma incursão simultânea à Ilha de Moçambique e à Praia das Chocas (ou Praia da Condúcia, como era mais conhecido no antanho, e o meu amigo de longa data e sportinguista ferrenho Luís Monteiro ainda lhe chama).

Há cerca de um lustro que não punha os pés na histórica cidade, que este ano (a 17 de Setembro) perfaz 175 anos de existência. Rota de descobrimentos marítimos, fulcro do mercado regional de escravos, primeira capital do território moçambicano, e, desde 1991, declarada Património da Humanidade porque detentora de singular concentração de espólio histórico, a vetusta Ilha arrastase numa angustiante degradação, a despeito do aluvião de projectos de beneficiação de que tem sido objecto há dezenas de anos.

Pois, a Ilha de Moçambique continua desoladoramente “encalhada”, refém de um sem-número de projectos paliativos porque destituídos de suportes consistentes para a sua efectiva materialização. As ruínas crescem desenfreadamente de extremo a extremo. Não se vislumbram indícios de um efectivo amainar da superlotação habitacional, pese embora os elementos estatísticos reportarem a transferência de cerca de dois milhares de residentes para a zona continental, designadamente Lumbo e Sanculo, no âmbito da badalada edificação da Vila do Milénio. O fecalismo a céu aberto prossegue relutante e constrangedora, sobretudo, obstaculizando o incremento do turismo industrial.

Tal como, aliás, acontece com os estabelecimentos hoteleiros e similares que pecam por escassez e qualidade susceptível de satisfazer o galopante avolumar da demanda turística. As apregoadas obras de reabilitação da ponte que liga a Ilha ao continente processam-se a passo camaleónico. A exemplo das famigeradas “obras de Santa Engrácia”. Enquanto o trânsito de veículos automóveis continua invariavelmente trópego . Propala-se agora que a sua conclusão (que incide na reparação de 88 pilares danificados) adiada sucessivamente desde o começo, está prevista para o ano em curso (2010).

E que vai incluir a reposição da ponte-cais para atracagem de navios. E acerca da emblemática Fortaleza de São Sebastião, fontes credíveis asseveraram-nos que foi já consumado o seu restauro parcial, que orçou em um milhão e seiscentos mil dólares norteamericanos disponibilizados pelos governos de Japão e Portugal. Entretanto, quando teremos em circulação, na baía adjacente, o há muito anunciado hotel flutuante? Esta pergunta colheu de surpresa todos os nossos inquiridos, incluindo alguns dirigentes ilhéus

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