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Soldados do Iêmen morrem no sul; oposição diz que 300 desertaram

Pelo menos 26 soldados iemenitas e 17 militantes islâmicos ligados à Al Qaeda foram mortos na quarta-feira em combates pelo controle de um estádio perto da cidade de Zinjibar, no sul do país, segundo autoridades. Fontes da oposição disseram que mais de 300 soldados desertaram, em mais um revés para o presidente Ali Abdullah Saleh, que se recupera na Arábia Saudita de ferimentos sofridos num ataque ao seu palácio no começo de junho.

Em mensagem transmitida por seu chanceler na quarta-feira na TV estatal, Saleh propôs um diálogo com a oposição para implementar um plano de transição de poder mediado pelo Conselho de Cooperação do Golfo, uma entidade regional. O chanceler Abubakr al Qirbi disse também que visitou Saleh no hospital e que seu estado é “bom e em contínua melhora”.

O Iêmen, país mais pobre da Península Arábica e vizinho da poderosa Arábia Saudita, está há meses convulsionado por protestos contra o regime de Saleh, no poder há três décadas, além de enfrentar a atuação de uma facção da Al Qaeda e uma rebelião separatista no sul.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita temem que a Al Qaeda use a situação de caos para realizar ataques dentro e fora da região. Autoridades iemenitas dizem que os militantes tomaram o recém-construído estádio das tropas governamentais, que o usavam como ponto de apoio para as tropas que tentam expulsar os militantes de Zinjibar.

Uma autoridade disse que uma contraofensiva para recuperar o estádio estava em andamento. Cerca de 300 militantes tomaram Zinjibar em maio, em meio à onda de protestos populares contra Saleh. A oposição acusa o governo de ter entregado a cidade propositalmente à Al Qaeda a fim de reforçar seu argumento de que a renúncia de Saleh abriria uma lacuna da qual os militantes poderiam se aproveitar. De acordo com a oposição, mais de 300 membros das forças de segurança do governo, inclusive 150 da Guarda Republicana comandada por um filho de Saleh, Ahmed, desertaram.

“Do palanque da praça da Mudança, em Sanaa, foi emitido um anúncio de que 150 soldados da Guarda Republicana, 130 soldados da Segurança Central e 60 policiais aderiram à revolta”, disse a mensagem da oposição. Funcionários do governo não quiseram comentar o relato. Desde fevereiro, as tropas oficiais já registraram diversas deserções, inclusive do general Ali Mohsen, cujas tropas passaram a proteger manifestantes em Sanaa.

Os distúrbios dos últimos meses já custaram 4 bilhões de dólares ao Iêmen, disse uma alta fonte oficial na quarta-feira, acrescentando que o governo está negociando doações do FMI, do Banco Mundial e de países estrangeiros para cobrir um rombo de 1,5 bilhão de dólares em projetos financiados por Sanaa.

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