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Sobreviventes de guerra na Guatemala revivem horror em julgamento

Os sobreviventes da sangrenta guerra civil da Guatemala reviveram o massacre dos seus familiares ao testemunhar, esta Quarta-feira (20), contra o ex-ditador Efraín Ríos Montt, acusado de genocídio de indígenas.

Ríos Montt, de 86 anos, é o primeiro ex-chefe de Estado a ser julgado por crimes contra a humanidade no seu próprio país, num processo que começou depois que ele concluiu o seu mandato como congressista, ano passado.

O juiz ordenou que Ríos fosse julgado após encontrar evidência suficiente que o vincula à morte de mais de 1.700 camponeses indígenas num plano de contrainsurgência contra rebeldes de esquerda executado sob seu comando.

O segundo dia do julgamento, que poderá estender-se por vários meses, familiares de vítimas narraram histórias de terror de quando foram testemunhas do assassinato dos seus queridos e também da forma como os soldados chegavam às comunidades incendiando casas.

“Chegaram e massacraram a minha mãe, o meu irmão e um cunhado. Queimaram as casas. Chegaram às 7h da manhã”, disse Tomas Chávez Brito, de 45 anos, ao lembrar um episódio da tragédia ocorrida em Novembro de 1982 durante um massacre em Nebaj, região a noroeste de Quiche.

Ríos Montt governou a Guatemala por um curto período entre 1982 e 1983, mas esse foi o intervalo mais cruel da prolongada guerra civil de 36 anos que começou em 1960. Diego Santiago, de 83 anos, descreveu outro episódio de abril de 1983 ocorrido perto da mesma localidade.

“Fomos nos esconder na montanha. Consegui escapar das pessoas que mataram a minha mulher. Queimaram as casas”, disse ele, acrescentando que o Exército também matou o seu filho de 17 anos e incendiou a sua casa.

Os promotores alegam que Ríos Montt fez vista grossa enquanto os soldados torturavam e devastavam cidades numa ofensiva que matou pelo menos 1.771 membros da etnia Maya Ixil.

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