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SELO: Sobre os últimos acontecimentos políticos, por Domingos Gundana

Exmo Senhor Director do jornal @Verdade

Quero congratular-lhe pela forma eficaz como este meio nos mantém informados nestes momentos difíceis que o nosso Moçambique atravessa. Gostaria de ver publicada esta minha preocupação no lugar reservado às opiniões. Estou preocupado, mas muito preocupado.

Tal prende-se com o estado de flexões políticas a que estamos a assistir neste país entre a Frelimo, o Governo e a Renamo. A Frelimo aprovou o Pacote Eleitoral e o Presidente da República promulgou-o, mas a Renamo não o aceita.

O líder da Renamo viveu em Nampula, o Governo mandou a Força de Intervenção Rápida atacar os guardas dele, hoje ele encontra-se nas matas da Gorongosa, de onde mandatou um grupo para dialogar com o Governo, e aconteceu o que todos nós vimos.

O Governo tratou-os com desprezo. O mesmo Governo manda espiões e agentes da polícia para Gorongosa. Estes filhos de moçambicanos, quando lá chegam, são presos pela guarda do líder da Renamo e soltos depois de um tempo.

Hoje a sociedade civil, a Frelimo e o Governo estão a preparar-se para as eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo, mas a Renamo diz que as mesmas não terão lugar antes que sejam ultrapassadas as questões do Pacote Eleitoral.

O líder da Renamo está nas matas com homens armados, hoje já não são apenas aqueles guardas mas sim homens armados de verdade, a treinarem ou, por outra, o Governo está a tapar o sol com a peneira, pois está a ser formada uma força paralela nas suas barbas.

Todos os dias, e mais recentemente, a chefe da bancada da Frelimo na Assembleia da República, no seu discurso de abertura da VII Sessão Ordinária, disse que nada vai acontecer e que Dhlakama sempre falou e nunca fez nada.

É apenas uma desculpa, e parece-me que eles querem que o Dhlakama faça algo, sempre o agitam para que ele faça. Por favor, alguém deve dizer algo e fazer algo para que o povo seja poupado e para que os filhos desta pátria não vejam a sua juventude interrompida por uma bala de uma AKm 47.

A Sociedade Civil deve esquecer os ganhos e procurar sentar-se com o Governo e com a Renamo para que sejam encontradas soluções benéficas para o país, no lugar de lutar pelos três lugares da Comissão Nacional de Eleições. O mesmo apelo vai para os religiosos.

 

 

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