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Situação na Síria piora, e corpos são enfileirados na rua

Moradores da sitiada cidade síria de Douma envolveram, Sexta-feira (29), corpos mutilados e ensanguentados em lençóis brancos, preparando-os para o sepultamento, conforme mostrou um vídeo divulgado pela Internet, depois de 190 pessoas serem mortas num dos dias mais violentos nos 16 meses de rebelião no país.

Alguns activistas disseram que mais de 50 das mortes da Quinta-feira aconteceram em Douma, a cerca de 15 quilómetros de Damasco, a capital.

O vídeo publicado no YouTube mostrou fileiras de corpos envoltos nos lençóis, enfileirados numa rua que os activistas disseram ser em Douma.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos relatou que 41 pessoas foram mortas na cidade, mas outros activistas contabilizaram até 59 vítimas.

“Douma, manhã de 29 de Junho de 2012. Este é o massacre cometido contra o povo de Douma. Deus é o nosso salvador. Duas famílias inteiras estão aqui entre os mortos… Deus nos ajude”, disse o homem que filmava a cena.

Um homem segurou o corpo mutilado de uma menina, com a blusa rosa encharcada de sangue. “Este é mais um massacre dos massacres cometidos pelo presidente Bashar al Assad e sua polícia secreta”, disse ele.

“É mais um massacre dos massacres da comunidade internacional, todas as grandes nações têm conspirado contra o nosso povo.”

Douma, há semanas, está sob cerco das forças de segurança leais a Assad. Os activistas dizem que há dias a cidade sofre ataques de foguetes, no meio de intensos combates entre rebeldes e forças governamentais.

Um vídeo mostrou casas sem telhado e nuvens de poeira a erguerem-se de prédios destruídos. Um activista chamado Mohammed Doumany contou à Reuters por Skype que 22 pessoas duma mesma família foram mortas.

“Dezenas de vítimas ainda estão a espera do enterro, pois a cidade continua sob fogo”, disseram os activistas em mensagem pela Internet, acrescentando que há muitos feridos em estado grave.

Nas últimas semanas, os combates na Síria estão a intensificar-se, pois os rebeldes aparentemente tiveram acesso a armas capazes de atacar tanques, impondo mais baixas às forças de Assad.

O Exército reagiu à altura, usando helicópteros para bombardear os rebeldes e impondo um cerco às cidades rebeldes.

Os activistas de oposição acusam a comunidade internacional de inacção. A diplomacia até agora não conseguiu alcançar um acordo entre potências ocidentais, favoráveis à oposição, e a Rússia, que usa o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir qualquer iniciativa de governos ocidentais e árabes contra Assad.

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