Um milhão de pessoas já ficaram feridas durante a guerra civil síria e as doenças espalham-se pelo país, à medida que o abastecimento de remédios não consegue chegar aos pacientes, disse o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Síria.
Uma queda nas taxas de vacinação, de 90 por cento da população antes da guerra para 52 por cento neste ano, e a contaminação da água também causam preocupação por permitirem o avanço de doenças como febre tifóide e hepatite, disse Elizabeth Hoff numa entrevista na noite da quinta-feira (18).
Mais de 200 mil pessoas já foram mortas no conflito na Síria, iniciado em Março de 2011 com protestos populares contra o presidente sírio Bashar al-Assad, o que acabou desdobrando-se numa guerra civil depois de as forças de segurança do governo reprimirem as manifestações.
“Na Síria, eles têm um milhão de pessoas feridas como resultado directo da guerra. Vê-se isso no país quando se viaja pelo lugar. É possível ver muitos amputados”, disse Elizabeth. “Este é o maior problema.”
Segundo ela, um sistema de saúde em colapso, onde mais da metade dos hospitais públicos está fora do serviço, tem resultado em tratamentos irregulares para doenças e ferimentos. Elizabeth disse que o governo de Assad – que exige ter a palavra final sobre entregas de ajuda humanitária – ainda está a bloquear o fornecimento de bens cirúrgicos, como bandagens e seringas, a áreas controladas por rebeldes.
Os trabalhadores de ajuda humanitária dizem que Damasco alega que esse tipo de equipamento seria usado para ajudar insurgentes. “O que tem sido um problema é a regularidade do fornecimento”, disse ela. “As aprovações (do governo) são esporádicas.” As autoridades sírias não puderam ser encontradas para comentários na quinta e sexta-feira.