A artilharia síria bombardeou, esta Quarta-feira (4), uma localidade no noroeste do país e áreas próximas à cidade-fantasma de Douma, onde os moradores recolheram corpos mutilados depois duma carnificina cometida por milicianos leais ao presidente Bashar al-Assad, segundo os activistas.
Eles disseram que pelo menos 11 pessoas, inclusive uma menina de seis anos e um idoso, foram mortos por bombardeios nas cidades de Misraba e Rihan, perto de Douma, e que três outras foram mortas a tiros.
Um vídeo gravado por activistas da oposição em Douma, 15 quilómetros ao norte de Damasco, mostrou cenas macabras nas casas que teriam sido invadidas por milicianos pró-Assad depois de o Exército obrigar os combatentes rebeldes a recuarem no fim-de-semana.
A agência estatal de notícias Sana não fez menção às mortes na cidade devastada, mas disse que as instalações eléctricas foram danificadas e que muitos moradores fugiram do “terrorismo”.
“Esses são pedaços das nossas crianças que estamos a retirar das pilhas dos detritos … Encontramos essas partes e estamos a procura de outras.
São partes de corpos humanos queimados”, disse num desses vídeos um homem que vasculhava uma lata de lixo revirado.
As restrições do governo sírio ao trabalho da imprensa dificultam a verificação dos relatos de violência que assola o país.
Os líderes da oposição e governos ocidentais dizem que mais de 15 mil pessoas já foram mortas. O governo diz que as quadrilhas terroristas mataram milhares de soldados e policiais em 16 meses de rebelião contra Assad.
Os activistas da oposição relataram um êxodo de civis em pânico da localidade de Khan Sheikhoun, na província de Idlib, no noroeste, mas não tinham notícias exactas sobre vítimas do bombardeio, no qual os helicópteros militares teriam participado.
“Eles estão a arrasar Khan Sheikhoun”, disse Mustapha al-Sheikh, general do Exército Sírio Livre (ESL), que tem sede no outro lado da fronteira, no território turco. “Assad está a dizer ao povo sírio: ‘Ou fico ou queimo-vos’.”
Outro general sírio desertou para a oposição e fugiu para a Turquia, elevando a 16 o número de generais renegados agora em território turco, segundo as fontes do ESL.
A Turquia disse, esta Quarta-feira (4), que encontrou os corpos de dois pilotos dum caça F4 abatido em Junho por forças sírias, e que as suas equipes estão a tentar resgatá-los do mar.
