Centenas de manifestantes desafiaram, esta Quarta-feira (4), o estado de emergência imposto pelo governo no norte do Peru e entraram em confronto com a polícia, durante manifestações contra um projecto de mineração da norte-americana Newmont.
Os confrontos deixaram, na véspera, três mortos e mais de 20 feridos. Ninguém ficou ferido nos confrontos desta Quarta-feira, mas a polícia deteve um dos principais activistas dos protestos, o ex-sacerdote católico Marco Arana, no momento em que acompanhava os manifestantes na praça principal da região de Cajamarca, disseram os representantes do dirigente.
O estado de emergência, que autoriza os militares a restabelecer a ordem pública e limita a liberdade dos cidadãos, foi decretado, Terça-feira (3), pelo governo depois do episódio mais violento contra o projecto de ouro e cobre Minas Conga da Newmont Mining de estimados 5 bilhões de dólares.
Arana, líder do partido de movimentos de esquerda Terra e Liberdade e opositor ao governo do presidente Ollanta Humala, disse na sua conta no Twitter que os policiais bateram nele dentro da delegacia depois da sua detenção.
“Bateram-me de novo, socos na cara… insultos”, conseguiu escrever no Twitter. O ex-padre havia escrito previamente sobre o protesto contra a mineradora e disse que houve repressão da polícia na cidade de Cajamarca.
O desenvolvimento do projecto Minas Conga estava parado desde Novembro devido à sucessão de protestos de moradores que temem que a sua exploração poderá danificar as fontes de água e contaminar a região.
Há quase duas semanas, a Newmont anunciou que aceitava as recomendações duma equipe de peritos para implementar um plano de mitigação ambiental mais severo no projecto.