A Síria apoia o esforço mundial para combater o Estado Islâmico, disse o ministro das Relações Exteriores, Walid al-Moualem, esta segunda-feira (29), em pronunciamento feito na ONU que parece dar apoio tácito aos ataques aéreos dos Estados Unidos e de países árabes na Síria contra posições dos militantes.
“A República Árabe Síria reitera que apoia qualquer esforço internacional com o objectivo de enfrentar e combater o terrorismo, e reforça que isso deve ser feito em respeito total às vidas de civis inocentes e dentro de um quadro de respeito total da soberania nacional, e em conformidade com as convenções internacionais”, disse Moualem à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Moualem não condenou especificamente os ataques aéreos, mas alertou que tomar acções militares enquanto alguns países continuam a apoiar os militantes poderia criar uma situação da qual “a comunidade internacional não vai sair em décadas”.
“Vamos juntos parar essa ideologia e suas exportações, vamos simultaneamente colocar pressão sobre os países que se uniram à coligação liderada pelos EUA para acabar com o apoio aos grupos terroristas armados”, disse Moualem.
A Síria acusa Catar, Arábia Saudita e Turquia de apoiar grupos militantes islâmicos durante a guerra civil de três anos no país. Esses países negam as acusações, mas as autoridades ocidentais dizem que os três países ajudaram no passado esses grupos na Síria.
O Estado Islâmico tomou grandes partes do território da Síria e do Iraque, e é acusado de realizar massacres e decapitações de civis e soldados. Até o momento, os ataques aéreos dos Estados Unidos e de aliados não conseguiram parar os avanços dos militantes sobre novos territórios.
Moualem disse que o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, está “esforçando-se por uma solução política na Síria e em diálogo com todos os membros honrados da oposição nacional que se opõem ao terrorismo na Síria”.
Muitos activistas sírios e rebeldes têm criticado os Estados Unidos por se concentrarem nos ataques ao Estado Islâmico e a outros grupos militantes, enquanto fazem pouco para tirar Assad do poder.
O conflito na Síria começou como um movimento pacífico de protesto, mas, depois da repressão do governo, tornou-se uma guerra na qual mais de 190.000 pessoas morreram ao longo de mais de três anos. Os conflitos ainda matam cerca de 200 pessoas por dia.