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Síria ameaça retaliar quem reconhecer conselho de oposição

A Síria ameaçou este domingo retaliar qualquer país que reconheça formalmente o recém estabelecido Conselho Nacional da oposição, que busca apoio internacional para a revolta de seis meses contra o presidente Bashar al-Assad. A formação do conselho foi saudada pelos críticos ocidentais de Assad, incluindo Estados Unidos e França, mas eles ainda não o abraçaram diplomaticamente assim como o fizeram com os rebeldes líbios que subsequentemente derrubaram Muammar Khadafi.

“Vamos tomar duras medidas contra qualquer país que reconheça esse conselho ilegítimo”, disse o ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, em entrevista coletiva em Damasco. Falando ao lado de um grupo de ministros latino-americanos que visitavam a Síria para mostrar apoio a Assad, Moualem também minimizou as críticas turcas contra a repressão de Assad e disse que ninguém deve achar que o Ocidente vai lançar uma ação militar contra a Síria.

“O Ocidente não vai atacar a Síria porque ninguém vai pagar a conta”, disse. “O Ocidente escolheu sanções econômicas para deixar nosso povo faminto, sob pretexto de proteger os direitos humanos.”

A Organização das Nações Unidas afirma que 2.900 pessoas foram mortas na Síria desde o início da repressão aos protestos pacíficos, enquanto autoridades sírias culpam potências estrangeiras pela violência e afirmam que 1.100 membros das forças de segurança foram mortos desde março.

Na cidade de Dumeir, 40 quilômetros a nordeste de Damasco, forças de segurança mataram três pessoas no domingo quando abriram fogo contra uma procissão de um funeral de um jovem, cujo corpo foi devolvido depois que ele morreu em cativeiro, informou o Observatório de Direitos Humanos Sírios, sediado na Grã-Bretanha.

No sábado, ativistas disseram que forças de segurança mataram ao menos duas pessoas ao atirarem em dezenas de milhares que acompanhavam o funeral de Mishaal al-Tammo, líder do Partido Futuro Curdo da Síria.

Moualem descreveu Tammo como um mártir assassinado por terroristas, sugerindo que ele foi alvo porque era contra a intervenção estrangeira na Síria. A família de Tammo culpa as autoridades sírias pela morte. A Turquia condenou o assassinato “abominável” do líder étnico curdo na Síria e também criticou o ataque a outra figura de liderança da oposição síria, Riad Seif.

Ativistas sírios publicaram imagens no site Youtube supostamente mostrando o ex-legislador a ser violentamente batido em frente a uma mesquita em Damasco. “A Turquia espera que a Administração Síria perceba assim que possível que os atos de violência visando suprimir a oposição na Síria… não podem retroceder o curso da história”, disse o Ministério de Relações Exteriores turco, em comunicado.

Figuras de oposição síria se reuniram em Istambul para montar a frente unida Conselho Nacional, e a Turquia já ofereceu abrigo a milhares de refugiados e a membros das forças armadas da Síria que desertaram.

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