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Síria aceita plano para armas químicas e aviões de Assad bombardeiam rebeldes em Damasco

A Síria aceitou, esta Terça-feira (10) uma proposta russa para abrir mão de suas armas químicas e ser poupada de um ataque norte-americano, enquanto os aviões do governo bombardearam posições rebeldes em Damasco, algo que não ocorria desde que Washington passou a fazer ameaças.

A iniciativa diplomática russa, aparentemente derivada de uma declaração do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, marca uma repentina mudança de rumos na crise depois de várias semanas em que o Ocidente parecia encaminhar-se para uma intervenção militar no conflito sírio, que já dura dois anos e meio.

A França disse que vai apresentar ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução prevendo a entrega do arsenal químico sírio, e ameaçando consequências “extremamente sérias” se Damasco violar as condições do acordo. O governo dos EUA vinha propondo um ataque limitado, que punisse o governo sírio pelo suposto uso de armas químicas contra civis – o que o presidente Bashar al-Assad nega ter acontecido.

Os rebeldes sírios reagiram com perplexidade à proposta russa, uma vez que esperavam finalmente receber apoio militar ocidental para derrubar Assad. “É um truque barato para dar ao regime mais tempo para matar cada vez mais pessoas”, disse o activista que se identificou como Sami, em Erbin, um subúrbio de Damasco atingido pelo suposto ataque químico.

O presidente dos EUA, Barack Obama – que nas últimas semanas procura apoio da opinião pública e do Congresso para o eventual ataque -, disse que a proposta russa pode ser um “avanço”. Mas a Casa Branca disse que Obama continuará com o seu plano de pedir ao Congresso que aprove o uso de força militar na Síria.

Em visita a Moscovo, o chanceler sírio, Walid al-Moualem, disse que o seu país concorda com a iniciativa russa, porque “elimina os motivos para uma agressão norte-americana”, segundo o relato da agência local de notícias Interfax. Enquanto o processo diplomático desenrola-se em capitais distantes, os aviões de Assad bombardearam, Terça-feira, bairros rebeldes da capital pela primeira vez desde o suposto ataque com gás a 21 de Agosto.

Os rebeldes disseram que os bombardeios foram uma demonstração de que o governo considera ter vencido a queda de braço com o Ocidente. “Ao mandar os aviões de volta, o regime está a passar um recado de que não sente mais a pressão internacional”, disse o activista Wasim al-Ahmad, no bairro de Mouadamiya, outro alvo do suposto ataque químico de Agosto.

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