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Síndrome do Estresse Computacional: um mal da era digital

Máquinas que travam, sistemas que ficam inexplicavelmente lentos, dificuldade em se lidar com o suporte técnico. Estes problemas, tão comuns da era digital, estão na raíz da Síndrome do Estresse Computacional, revela um estudo publicado esta terça-feira.

“Os consumidores de hoje, dependentes de meios digitais, são crescentemente esmagados e desnorteados por problemas e obstáculos técnicos em suas vidas cotidianas”, revelou um ‘think tank’ (centro de pesquisas) industrial em um estudo intitulado ‘Combatendo a Síndrome do Estresse Computacional’ (‘Combating Computer Stress Syndrome’ no original).

Entre as principais fontes de dores de cabeça digitais, o estudo apontou “computadores e equipamentos complexos e frustrantes, falhas técnicas, infecções por vírus e longas esperas para solucionar problemas”. As descobertas se basearam em uma pesquisa feita com mais de mil pessoas na América do Norte por um Comitê de Experiência do Consumidor, criado pelo Chief Marketing Officer Council (CMO), órgão dedicado a pesquisas industriais, para identificar formas de se manter os consumidores satisfeitos no altamente competitivo setor de comunicações.

“A realidade é que problemas numerosos e persistentes afetam a maioria dos usuários de computadores, criando angústia e ansiedade desnecessárias”, destacou o estudo. “Usuários digitalmente dependentes estão ficando saturados e frustrados com o atual estado de estresse relacionado ao computador e claramente procuram uma forma melhor de lidar com ele, reduzindo-o”, acrescentou. Noventa e quatro por cento das pessoas consultadas disseram depender de computadores em sua vida pessoal. Quase dois terços dos usuários precisaram contatar suporte técnico ou vivenciaram a Síndrome de Estresse Computacional (CSS, em inglês) no ano passado, diz o estudo.

“Os usuários enfrentam um estado continuado de ansiedade e desafio técnicos ao configurar novos produtos digitais, atualizar softwares e migrar para novos aplicativos e sistemas operacionais, bem como ao lidar com infecções de malware, ameaças na web, roubo e identidade e outros”, aponta o estudo. Quarenta por cento dos usuários de computador experimentaram falhas de sistema no último ano e mais da metade teve que procurar ajuda para resolver problemas técnicos, destacou o instituto Pew Center Research, citado no estudo.

“Por serem tão importantes para nós, os computadores são uma faca de dois gumes”, disse Murray Feingold, médica americana, apontada no estudo como criadora do termo CSS. “Quando funcionam adequadamente, (os computadores) são ótimos. Mas quando algo sai errado, imediatamente entramos em pânico. Isto é o que chamo de Síndrome do Estresse Computacional”, afirmou.

O estudo reforçou a importância de tornar a experiência homem-máquina menos angustiante, afirmou a porta-voz do comitê, Liz Miller. “Achamos que já é tempo de que muitas destas grandes empresas de tecnologia realmente comecem a dar atenção ao que causa estresse e sofrimento ao consumidor para melhorar esta experiência”, disse Miller à AFP.

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