O comunista Khadga Prasad Sharma Oli tomou posse nesta segunda-feira como novo primeiro-ministro do Nepal, após a aprovação de uma nova Constituição no mês passado e ter recebido o respaldo maioritário do parlamento do país.
Oli, chefe do Partido Comunista marxista-leninista (CPN-UML) tomou posse em presença do presidente nepalês, Ram Baran Yadav, pouco depois do meio-dia (hora local), em cerimónia no Palácio Presidencial que contou com a presença de parte do novo governo do país.
No acto, também juraram cargo os vice-primeiros-ministros Kamal Thapa e Bijay Kumar Gachhadar, chefes respectivamente do Rastriya Prajatantra Party (RPP-N) e do Fórum Madheshi Janaadhikar, dois partidos que formaram coligação com o novo governo.
Thapa ocupará o posto além de ministro das Relações Exteriores, enquanto Gachhadar será responsável pela pasta de Infraestruturas. Na cerimónia juraram cargo também outros cinco ministros, embora não foi anunciada a pasta que ocuparão, e espera-se que o novo Gabinete nepalês seja nomeado por completo nos próximos dias, segundo informaram fontes oficiais.
O CPN-UML, o segundo partido com mais parlamentares e que até agora fazia parte da coligação de governo com o Congresso Nepalês (NC), somou o apoio de 16 forças políticas para conseguir 338 votos, acima do mínimo de 299 para chegar ao poder, frente aos 249 do até agora dirigente do país, Sushil Koirala.
Oli transformou-se assim no sétimo primeiro-ministro do Nepal desde que o país do Himalaia passou de uma monarquia hindu a uma república federal secular em 2008, um período que esteve marcado desde então pela instabilidade política.
O novo primeiro-ministro enfrenta a árdua tarefa de levantar um país golpeado duramente pelo terremoto de Abril, que deixou cerca de 9 mil mortos, e com a sua região sul imersa em violentos protestos contra a Carta Magna promulgada em 20 de Setembro.
Oli (1952), conhecido comumente como KP Oli, abandonou os estudos após completar o ensino médio para iniciar o activismo político contra o sistema autoritário vivido no Nepal, o que o levou à prisão durante mais de uma década com apenas 21 anos.
Após a sua libertação em 1987, Oli embarcou em uma carreira política que o levou a ocupar o Ministério do Interior em 1994 e depois o das Relações Exteriores em 2007.