Era natural que o eufórico treinador de Maria Sharapova agitasse o dedo indicador, Quinta-feira, enquanto a russa celebrava duplamente a passagem à sua primeira final do Aberto da França.
Afinal, ela não só venceu categoricamente Petra Kvitova, campeã de Wimbledon, por um duplo 6-3, como também voltou ao ranking mundial, depois de quatro anos de espera.
Ela enfrentará, Sábado, a azarã italiana Sara Errani, e pode conseguir o último título de um Grande Slam que ainda falta na sua carreira.
Mas, independentemente do que acontecer, o nome da musa russa aparecerá, Segunda-feira, no topo da lista da WTA. “Há poucos anos, nem sei se eu tinha ranking depois de fazer a minha cirurgia no ombro, em Agosto de 2008. É bastante especial que, Segunda-feira, seja o número 1 outra vez”, disse uma radiante Sharapova à plateia.
“Estou feliz e orgulhosa de onde eu vim (…). Trabalhei muito para chegar a este lugar.” Quatro anos depois da incerteza de não saber se voltaria a competir em alto nível, ou mesmo se voltaria a ganhar algum título, para não falar de um Grande Slam, Sharapova esticou os seus esguios braços para marcar a vitória contra Kvitova.
A tenista de 22 anos pretendia tornar-se a primeira checa a chegar à final desde que Hana Mandlikova levou o título para a Checoslováquia, em 1981.
Mas ela não chegou a ter chances contra uma tenista que nunca negou-se a mostrar a sua vontade férrea diante da adversidade.
O vento forte foi um adversário das duas tenistas, Quinta-feira, teimando em lançar os longos cabelos de ambas sobre os seus rostos.
O cacoete de Sharapova de ajeitar as madeixas atrás da orelha ficou mais frequente, e não por acaso ela enfrentou break points nos seus primeiros games de serviço. Mas foi Kvitova quem piscou primeiro.
A canhota checa tem o forehand e o saque como seus principais trunfos, mas eles não estavam num bom dia. Dois forehands equivocados deram a Sharapova um break point no quinto game, e a russa mal precisou de mover-se da linha de fundo ao ver a implosão da rival a tentar manter-se viva no set.
A quarta cabeça de chave sofreu uma quebra de serviço sem marcar ponto, e um forehand foi pela lateral no set point, simbolizando o mau dia do seu jogo.
As coisas ainda piorariam quando ela perdeu o seu terceiro game de serviço, dessa vez com uma dupla falta, e ficou com o placar em 1-3 no segundo set.
Ela ainda conseguiria empatar em 3-3, mas Sharapova continuou a disparar winners do fundo da quadra e quebrou novamente o serviço da rival, marcando 5-3 antes de fechar o jogo, aos 77 minutos, com um plástico ace no segundo serviço.
“Que sensação incrível”, disse Sharapova depois de confirmar as suas oito vitórias em nove partidas contra canhotas em 2012. “Estive três vezes na semifinal, e sempre sonhei em ir para a final, e finalmente tive essa oportunidade.”
