Sete pessoas morreram e mais de 260 ficaram feridas quando os partidários de Mohamed Mursi entraram em confronto com as forças de segurança e manifestantes contrários ao presidente deposto durante a madrugada, em mais um incidente de violência nas ruas do Egito.
Duas pessoas foram mortas numa ponte no centro de Cairo onde a polícia e os activistas anti-Mursi entraram em confronto com alguns apoiantes do presidente deposto que estavam a bloquear o caminho através do rio Nilo.
Outras cinco foram mortas no bairro de Giza, também no Cairo, disse o chefe dos serviços de emergência, Mohamed Sultan. Os confrontos nas ruas, que avançaram até as primeiras horas da manhã da Terça-feita, foram os mais sangrentos desde que mais de 50 apoiantes de Mursi foram mortos há uma semana.
A violência ofusca tentativas das autoridades de avançar com a transição para um regime civil completo, através da nomeação dum novo gabinete depois de o Exército ter derrubado Mursi, um islamista, a 3 de Julho. “Nós estávamos agachados no chão, estávamos a orar.
De repente houve gritaria. Olhamos para cima e a polícia estava na ponte a lançar bombas de gás lacrimogéneo contra nós”, disse o manifestante pró-Mursi Adel Asman, de 42 anos, que estava a tossir, a cuspir e a derramar Pepsi nos seus olhos para aliviar o efeito do gás lacrimogéneo.
A calma retornou depois do nascer do sol. A violência está localizada numa região mais restrita do que nos dias seguintes à deposição de Mursi, quando 92 pessoas morreram, mas os egípcios ainda estão preocupados com a capacidade das autoridades para restaurar a ordem.