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Serviços especiais voltam aos hospitais públicos em Moçambique

Os hospitais moçambicanos poderão reatar as consultas especiais, serviços que foram banidos há quatro anos pelo antigo ministro da saúde, Ivo Garrido, com o argumento de que estavam a promover um tratamento diferenciado entre os doentes.

Falando esta sexta-feira em Maputo, o administrador do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, Zacarias Zindoga, disse que estar em curso um estudo para analisar a viabilidade dos serviços especiais nos hospitais públicos. “Não sei quando é que esta comissão vai terminar a pesquisa, mas creio que ainda este ano. Há uma preocupação muito grande por parte do actual ministro da Saúde (Alexandre Manguele) em reactivar os serviços especiais”, disse Zindoga, falando em conferência de imprensa.

Os serviços especiais nas unidades sanitárias incluem as consultas especiais e as clínicas especiais. Garrido havia decidido banir ambos os serviços em princípios de 2007, para permitir um atendimento uniformizado dos doentes, contrariamente ao que vinha acontecendo, em que eram melhor atendidas as pessoas mais abastadas. As consultas especiais foram eliminadas logo depois do anúncio desta medida, enquanto que a clínica especial do HCM, esteve prestes a encerrar as suas portas em Novembro passado, o que não veio a acontecer depois da indicação do novo timoneiro da Saúde, Alexandre Manguele. Aparentemente, Manguele está decidido a reactivar os serviços especiais em todo o país. Aliás, a clínica especial do HCM nem sequer chegou de encerrar as portas.

No seu contacto com a imprensa, Zacarias Zindoga falou da importância dos serviços especiais não só para a rentabilização das receitas dos hospitais, mas também para o atendimento daqueles que precisam dos mesmos, como são os casos “de diplomatas, estrangeiros dirigentes, entre outros”. “Os serviços especiais contribuem muito para o nosso orçamento, mas penso que o que pesa mais para a decisão do Ministério da Saúde (MISAU) é o pedido dos utentes”, justificou o administrador do HCM. Os serviços especiais constituem a principal fonte de receitas dos hospitais, constituindo uma grande contribuição para o reforço do seu magro orçamento atribuído pelo Estado.

Aliás, nos primeiros quatro meses deste ano, a clínica especial do HCM registou uma receita ligeiramente superior a 91 milhões de meticais (cerca de 3,1 milhões de dólares), uma soma que serviu para o pagamento de salários a todos os trabalhadores contratados por aquela unidade sanitária, bem como cobrir outras despesas. Igualmente, as receitas das clínicas especiais servem para o pagamento de renda de casa dos médicos, de subsídios e viagens e alimentação dos médicos, entre outras despesas.

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