Mais de 70 pessoas morreram numa onda de atentados a mercados de bairros xiitas em Bagdad, esta Segunda-feira (27), num agravamento da violência sectária no Iraque.
Nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelas explosões, mas insurgentes muçulmanos sunitas e a ala iraquiana da Al Qaeda têm aumentado os ataques desde o início do ano e muitas vezes miram em bairros xiitas.
Mais de uma dúzia de explosões ocorreram nos mercados e áreas comerciais em bairros da capital iraquiana, incluindo explosões seguidas a centenas de metros de distância, que mataram pelo menos 13 pessoas na região de Sadr, na capital, disseram as autoridades policiais e hospitalares.
“Um motorista atingiu outro carro e saiu fingindo trazer a polícia de trânsito. Outro carro correu para pegá-lo e logo depois o seu carro explodiu entre as pessoas que se reuniram para ver o que estava a acontecer”, disse a testemunha Hassan Kadhim.
“As pessoas estavam a gritar por ajuda e sangue cobria os seus rostos.” As tensões entre a liderança xiita e a minoria sunita do país estão no seu pior nível desde que as tropas norte-americanas se retiraram, em Dezembro de 2011, e o conflito na Síria também está a pressionar o frágil equilíbrio sectário no Iraque.
Mais de 700 pessoas foram mortas em ataques em Abril, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a maior taxa mensal em quase cinco anos. Até agora em Maio, mais de 300 pessoas morreram. Milhares de sunitas começaram a realizar protestos de rua em Dezembro passado contra o primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, a quem acusam de marginalizar a sua seita desde a queda de Saddam Hussein, depois da invasão de 2003.
Os atentados a bomba contra mesquitas xiitas e sunitas, forças de segurança e líderes tribais sunitas estão a aumentar as preocupações de que o Iraque possa cair novamente ao nível de violência sectária que matou milhares de pessoas entre 2006 e 2007.