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Separatistas anglófonos sequestram pelo menos 26 civis nos Camarões

Pelo menos 36 civis foram sequestrados no sudoeste de Camarões por supostos separatistas anglófonos, informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes das forças de segurança, que indicaram que há operações de busca por estas pessoas.

“Os sequestradores não são muito organizados e não têm meios de transporte, por isso que não irão muito longe com os reféns”, garantiu à Agência Efe um alto oficial por telefone.

O incidente aconteceu na terça-feira, quando homens armados não identificados sequestraram os civis no eixo que separa as cidades de Buea e Kumba e foram perseguidos imediatamente pelo Exército, segundo informou a emissora camaronesa “CRTV”.

A denominada crise anglófona – transformada em 2017 em um conflito armado entre as Forças Armadas de Camarões e grupos separatistas – está muito presentes em Camarões pós-eleitoral, com episódios violentos nas regiões do Noroeste e Sudoeste.

O presidente de Camarões, Paul Biya, no poder desde 1982 e que foi reeleito em outubro para um sétimo mandato, fez da união “nacional” um dos pilares de sua campanha.

No seu discurso de posse, o presidente lançou uma chamada aos grupos armados das zonas anglófonas para que deponham as armas e voltem ao diálogo. Também nomeou em Dezembro o diplomata anglófono Joseph Dion Ngute como primeiro-ministro, num novo passo para tentar solucionar a crise separatista.

No último ano, centenas de pessoas morreram como consequência de ataques violentos e enfrentamentos entre as Forças Armadas e as milícias separatistas.

A violência e o medo da repressão do Exército impediu em 7 de Outubro muitos cidadãos das regiões anglófonas a exercerem o direito ao voto nas eleições, com uma participação inferior a 6% na Região Noroeste e a 16% na Região Sudoeste.

Camarões foi colónia britânica e francesa até 1960, quando se tornou independente de ambas potências e instaurou uma República Federal que perdurou até a realização de um referendo em 1972, que deu sinal verde à sua unificação.

O inglês e o francês são idiomas co-oficiais e convivem junto a outras 250 línguas nativas.

O actual conflito começou em 2016, com manifestações e greves de professores e advogados que exigiam um uso igualitário do inglês nos tribunais e colégios e uma maior representação no Governo.

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