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Sem dinheiro, Farc atacam petrolíferas e mineradoras

Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) intensificaram a extorsão e os ataques contra indústrias petrolíferas e de mineração para financiar a sua guerra num momento em que a mudança no modo de cobrança de royalties desses sectores afecta os rendimentos do grupo, disse o ministro da Energia, Mauricio Cárdenas, esta Segunda-feira (9).

Mais de uma década de ofensiva das tropas da Colômbia, apoiadas pelos Estados Unidos, afectou fortemente a arrecadação de fundos por parte das Farc, levando o grupo a penetrar mais fundo na floresta inóspita e dificultando a obtenção de dinheiro por meio do narcotráfico.

Agora, as Farc deixaram de atacar as indústrias petrolíferas e da mineração para obter ganhos na maioria políticos e, em vez disso, voltaram-se para as instalações de corporações, para semear o medo e ganhar dinheiro por meio da extorsão, explicou Cárdenas à rádio colombiana Caracol.

Ele afirmou que o governo iria continuar a garantir a segurança do sector de petróleo e mineração, que, ano passado, atraiu o grosso dos mais de 13 bilhões de dólares em investimento estrangeiro directo na Colômbia.

A reforma na cobrança de royalties, uma emenda constitucional aprovada ano passado, tem como objectivo distribuir mais igualitariamente aos governos regionais os bilhões de dólares originários do petróleo e mineração, evitando assim que autoridades corruptas remetam dinheiro para insurgentes ou grupos criminosos.

“As guerrilhas estão agora numa situação muito difícil. Estão a ficar sem fontes de financiamento e não podem mais manter laços com os narcotraficantes. Por isso, elas querem retomar a prática de extorsão de companhias petrolíferas”, afirmou Cárdenas.

As Farc, o mais antigo grupo rebelde latino-americano, dobrou os ataques contra petrolíferas e mineradoras nos últimos dois anos, e lançaram mais de 40 ataques com bombas em 2012.

Semana passada, as Farc mataram cinco pessoas que trabalhavam para a estatal Ecopetrol na província de Putumayo, no sul do país.

Cárdenas fez um apelo às empresas para que rejeitem as exigências de extorsão e reiterou a posição do governo de que “qualquer empresa estrangeira envolvida nessa prática será expulsa do país”.

A Colômbia é o quarto maior produtor de petróleo da América Latina e o quarto maior exportador mundial de carvão.

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