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SELO: Uma pretensão de diálogo de palhaçada! – Por A Perdiz

O Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama denunciou na quarta-feira desta semana a invasão pelas forças militares do governo ao distrito de Gorongosa, na província de Sofala, local onde se encontra a residir desde que escapou no ano passado a três atentados levados a cabo pelos agentes de morte da Frelimo. Tais ataques à Gorongosa acontecem numa altura em que Filipe Nyusi tenta enganar o Povo e a Comunidade Internacional simulando pretender um diálogo com o Presidente da Dhlakama, a quem a todo custo procura assassinar.

De facto, para a RENAMO não se compreende como é que Nyusi pretende conversar e ao mesmo tempo que intensifica os ataques militares contra alvos seus, sobretudo contra a pessoa com quem diz querer falar sobre a Paz. A ser assim, podemos considerar o assunto do diálogo ao mais alto nível uma treta e manobra de diversão para fazer tempo enquanto estrategicamente, embora diga-se falhada se continua a acreditar numa solução militar para aniquilar a RENAMO e o seu líder.

A continuação dos ataques militares, é uma inequívoca declaração de Guerra que a Frelimo não quer que acabe para criar uma anarquia no país.

Embora o Presidente Afonso Dhlakama tenha garantido que a RENAMO vai continuar a acreditar no diálogo como forma de se ultrapassar a actual crise político-militar, económica e social, deve ficar claro que a RENAMO vai à mesa das conversações com as suas forças em prontidão em todos os locais onde se encontram. Continuamos a acreditar, até prova em contrário que a estratégia do diálogo ao mais alto nível, pode ser mais uma cilada igual a muitas que foram anteriormente programadas pela Frelimo contra Afonso Dhlakama e que resultaram em fracasso. Por isso, a ida de Afonso Dhlakama para qualquer sítio onde poderá acontecer o “encontro ao mais alto nível” será acautelada quer pela RENAMO enquanto partido político, quer pelos seus homens residuais até ao começo da materialização do que será consensualizado.

A RENAMO reafirma o seu apelo à Comunidade Internacional para manter a sua suspensão ao apoio financeiro directo ao Orçamento Geral do Estado até que os moçambicanos se reencontrem e todos os aspectos que provocaram a suspensão sejam esclarecidos.

Não deixaríamos de alertar que em Moçambique tal como aconteceu depois da independência nacional, neste momento está ameaçado o Estado de Direito Democrático. A Frelimo continua intolerante com a Oposição e outras correntes contrárias a si e como tal tem recorrido a assassinatos e a exclusão. O recente caso de aparecimento de valas comuns nas zonas de conflito e da influência da RENAMO bem como os sistemáticos raptos e assassinatos dos quadros deste partido são sinais mais que evidentes de como a Frelimo não aceita conviver na diferença.

Sobre este assunto, não se pode compreender como é que perante um cenário de tamanha crueldade como é este caso, o Governo da Frelimo se tenha apressado primeiro a dizer que não haviam valas comuns, para depois correr a enterrar os restos mortais do que chamou de “11 corpos”, sem nenhuma autópsia nem resultado de nenhuma outra investigação, para depois criar uma pseudo-comissão parlamentar que só integra elementos deste partido e liderado por um individuo tido como propagandista do regime.

Mesmo se quiséssemos levar a sério esta comissão, desta vez não podemos porque peca pelo facto do seu chefe chegar a conclusões antes do final do que acham ser uma investigação, para além de que os resultados estão sendo anunciados através da imprensa ao invés de serem compilados e levados em sede da Assembleia da República que foi a que recomendou. A RENAMO não tendo concordado com esta metodologia não integrou a comissão.

Precisamos de lembrar que todos os compromissos assumidos em Roma no ano 1992 aquando da assinatura do Acordo Geral de Paz e os entendimentos alcançados no Centro de Conferências “Joaquim Chissano” durante dois anos de diálogo entre o Governo e a RENAMO, foram e continuam a ser ignorados pela Frelimo. Está visto que esta Frelimo continua partido-Estado mantendo o domínio de todas as forças de defesa e segurança, de toda a administração pública e de todo sector económico e bancário do país, dos órgãos de comunicação social públicos para continuar a subjugar os pobres que constituem a maioria neste país. A RENAMO não se deixará levar nesta onda de aldrabice que a Frelimo montou para fazer passar o tempo enquanto ensaia outras tácticas para assassinar o Presidente Afonso Dhlakama.

Por A Perdiz

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