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SELO: Presidente Nyusi: dois anos e meio de governação ingovernada – Por Filipe Serafim Mapilele

A minha breve reflexão é em resposta a uma pergunta formulada pelo jornal @verdade, sobre uma avaliação da primeira metade de governação de S. Excia Presidente da República de Moçambique, o Engº. Filipe Jacinto Nyusi. De certo que uma avaliação é feita no final de algum período de desenvolvimento de uma actividade, tal que somos avaliados anualmente como profissionais, ou nas escolas ao final de certa matéria, nas nossas vidas como humanos a desenvolver, etc.

Neste breve trecho, quero, na qualidade de Patrão, apresentar a minha avaliação ao meu Empregado. Vou mesmo seguir a minha reflexão empregando as expressões de Patrão e Empregado, tal como o Chefe de Estado nos apelidou quando tomava a posse. A minha avaliação cinge-se nos seguintes aspectos: Paz, Transparência e a vida da sociedade.

Antes de seguir ao fundo deste debate, começo por muito sumariamente congratualar ao empregado pela sua criatividade no emprego da língua de Camões. No seu Plano Quintal do Governo apresenta uma terminologia bastante interessante, onde chama os seus principais pontos de governação de PRIORIDADES. São prioridades bastante interessantes, que de certa forma entendo que condizem com o que o país realmente precisa.

A Constituição da República de Moçambique (CRM) define a agricultura como a base de desenvolvimento, e é legítimo porque esta actividade é a praticada pela maior parte da população, que sem recurso algum de impulso ao desenvolvimento da sua actividade, pratica a agricultura no seu quotidiano. Com efeito, em 42 anos da fundação do Estado Moçambicano continuo cépito à real prioridade da agricultura para alavancar o desenvolvimento do país.

Um outro aspecto que me impressionou bastante a quando da tomada de posse do empregado, é que os ministérios tomaram novos nomes, e ficou mais bonito à fotografia, só não sei se na realidade estão a corresponder aos novos nomes dados. Mas sobre isto sei que muito já se falou e não vou elevar muito nesta avaliação.

Pessoalmente sempre defendi que o conceito da paz ultrapassa os limites de um simples silêncio do sonar das armas e guerras militares, estendendo- se a níveis como a falta de fome, nudez, desemprego, etc., com efeito, a minha experiência fez-me recuar e entender que pelo menos sem armas a fazerem a música indesejada, pelo menos o povo sobrevive.

A primeira metade de governação do empregado foi nitidamente marcada por um conflito armado, que condicionava o trânsito nas principais vias de ligação do país. Eu pessoalmente como não disponho de recursos para pagar a caríssima passagem aérea nas LAM, sempre tive que viajar por terra, e passar o terror que só via em filmes e ouvia em relatos dos mais velhos, uma não tivesse vivido antes a guerra no meu país. Não se tratou de guerra como entende a CRM, foi um conflito que deixou nos patrões sentimentos de pouco agrado.

Se o empregado nos for favorável, dentro dos esforços que tem feito, podia-nos ajudar a reflectir com Dalai Lama no pensamento “só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”, e por conseguinte alinhar a ideia a uma paz almejada.

Pessoalmente estou muito feliz neste aspecto, o empregado está mesmo empenhado em manter uma comunicação com o povo, mesmo de quando em vez não conseguindo melhor se expressar. Com efeito há aqui que notar que estes esforços serão todos eles reconhecidos se efectivamente resolver aquele problema que nos colocou na pior crise do momento, e que se reflecte até hoje na minha renda.

Nota-se nos últimos tempos que as instituições estão a funcionar, alguns servidores públicos estão a ser responsabilizados por conta dos seus desvios do herário público, outros ainda escondidos por sei lá onde. É preciso notar que a prestação de contas e responsabilização são alguns dos indicadores da boa governação.

Mas se me permitem o atrevimento, faço um pedido ao empregado: existem alguns cidadãos que difundem ideias não correctas sobre a imagem do país em órgãos de comunicação social. Refiro-me aos analistas analisados que em todas as suas posições concordam com as acções do governo e mesmo estando em painel de cinco, todos partilham da mesma opinião. Empregado, com toda a consideração, estes são nocivos à boa governação. Penso que o empregado precisa de ouvir a crítica quando estiver equivocado em suas acções. Por favor, mandar esses homens abandonar as câmaras, microfones, e jornais.

O último aspecto que gostaria de alistar na minha avaliação, é a vida da sociedade. O povo está muito sofrido nestes últimos anos, tanto é que penso que estamos a procura de um dia de descanso! O custo de vida subiu drasticamente, e me parece haver dificuldades em controlar isto! A vida seja na capital, seja nas outras províncias, tornou-se por demais difícil.

A isto, penso que o empregado pode- se ocupar em não pensar em distribuir comida porta-à-porta, mas sim em definir algumas políticas e prioridades como estas: fortalecer o sector da saúde; estradas para que sejam mais asfaltadas, e o nosso tempo de viagem comece a se reduzir, o que penso que pode catapultar o desenvolvimento da economia mais rapidamente; procure limpar aqueles ‘gajos’ corruptos e preguiçosos das instituições públicas para que os nossos processos sejam mais céleres; que veja os nossos problemas de transportes, desde rodoviários, os da cidade, interprovinciais, fale muito bem com a LAM para nos dar a oportunidade de viajar entre as nuvens baixando as taxas, etc., e ainda mais, se me permitir o empregado, que diminua algumas das suas viaturas protocolares e compre machimbombo para nós.

Uma vez se tratar de avaliação, e o que nós aprendemos desde os primeiros anos de escola, a avaliação tem atribuição de nota, eu ao nosso empregado vou dar uns 8,35 valores num intervalo de 0 a 20 valores. Por uma razão muito simples, sou pedagogo por amor à profissão, e para mim os meus avaliandos devem ter a ideia de conquistar mais, pelo que ao empregado convido a se engajar mais para ter mais notas.

A terminar, convido ao empregado a conquistar mais confiança dos patrões através de maior empenho e resolução das questões mais pertinentes da nação!

Por Filipe Serafim Mapilele

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