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SELO: Perseguição aos carecas, reflexos de uma espécie contra si – Por Miguel Luís

Confino-me neste texto na esperança de viver a plena paz, aquela que nasce por si e vive em si mesma. Porém, não consigo me tornar alheio aos acontecimentos com os quais a sociedade na qual ganho existência me brinda. Por isso, ao invés de viver a plena paz me proponho mais uma vez a reflectir esta sociedade em apuros, dizer sim ao certo e dizer não ao errado.

Estive em dúvida ao início desta reflexão se abordava a compra de viaturas luxuosas aos deputados num período de crise, que desde já digo que estamos perante mais um acto em que se demonstra o quão a injustiça e a sem vergonhice são deveras pujantes neste Estado, ou se abordava os recentes casos de perseguição aos homens calvos.

Porque a perseguição aos homens calvos é algo que contraria totalmente os direitos humanos e para além do mais mostra até que ponto somos todos parte de uma espécie cheia de contrariedades decidi dar mais relevo a este tema e deste modo repudiar por completo tal ultraje.

Pelo que me consta a calvície é um problema de saúde que afecta o Homem, caracterizada por uma gradual e progressiva perda de cabelos devido a factores hereditários. E em nenhum momento soube de fontes fiáveis que os homens calvos tinham ouro na cabeça. Tal como no caso da perseguição feita às pessoas albinas, estamos mais uma vez perante um caso em que a ignorância dá lugar a actos macabros e cria uma situação em que a espécie humana se põe contra si mesma. Com este tipo de actos corremos o risco de um dia dizermos que todos os que tiverem cabelo, cabeça, pernas e seja qual for o membro do corpo devem ser perseguidos, pois tem ouro e nos darão riqueza.

Entristece-me imenso que tal acto tenha lugar no nosso país, um Estado com muitos recursos para serem explorados, uma população maioritariamente jovem que podia combinar esses factores para gerar riqueza e não andar atrás de pessoas calvas para lhes tirar órgãos afim de os usar em ritos mágico-religiosos que prometem enriquecimento sem substância.

Há quem diga que estamos perante um acto normal no meio cultural em que verifica, porém eu prefiro repudiar essa realidade e dizer que estamos perante mais uma demonstração de quão desumanos podemos ser até o ponto de darmos espaço à existência de tais actos.

Devemos envidar esforços para colocar um basta a este tipo de cenário enquanto ainda for cedo, sob o risco de mais dia menos dia fenómenos como este ser tido como normal de igual modo como as sem vergonhices que acontecem na política nacional. Não a qualquer tipo de descriminação!

Por Miguel Luís

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